[ARENA] URGENTE: Arte, Teoria, Política...

[Pedro Gadanho]

Caro Diniz Cayolla Ribeiro,

Obrigado pela reacção. Uma das minhas motivações foi justamente a de me encontrar perante uma inevitabilidade aparente - a do governo Bloco Central que sairá das próximas eleições de 5 de Junho - e sentir que qualquer voto seria inútil. 
Há, então, que tornar o voto útil de algum modo, seja ele de protesto ou de genuíno interesse em alternativas.

Deste modo, não resisti a prolongar o debate por outros meios... e a inevitável página do Facebook já está disponível para se continuar a dar contributos. 
Podem ver aqui, acabadinha de iniciar: Nem Branco, Nem Rosa Alaranjado.

Abraço,
PG


shrapnelcontemporary.wordpress.com



A 2011/05/01, às 19:18, Diniz Cayolla Ribeiro escreveu:

> Caro Pedro Gadanha,
> A situação, de facto, é extremamente complexa e também não sei o que fazer. Pessoalmente, penso que mais ou menos indiferente votar em qualquer partido do 'arco do governo': nos próximos 3 anos (pelo menos) o país será governado pelas regras que nos forem impostas e por isso é mais ou menos irrelevante quem vai lá estar a 'fazer de conta'. Espero apenas que esse alguém seja um nadinha mais sério do que o indivíduo que lá esteve nos últimos anos, quanto mais não seja para sermos levados mais a sério.
> Em relação à sua simpatia pelos ecologistas, devo-lhe dizer que também partilho essa mesma afinidade. Contudo, lembro-lhe que não é só aqui, mas também no resto mundo, que existe essa íntima ligação entre a ecologia e a esquerda. Uma vez mais, pessoalmente essa ligação não me preocupa; contudo, ela existe e faz todo o sentido, porque uma das melhores formas de lutar contra o capitalismo ultra-liberal em que vivemos, que destrói tudo e não olha a meios, é chamar a atenção para o estado deplorável em que o mundo se encontra. Se persistirmos neste desejo irracional de manter o crescimento da economia a 3% ao ano, então convém começar a pensar noutro planeta porque este já deu o que tinha a dar.
> 
> Cumprimentos e parabéns pela iniciativa. Espero francamente que a discussão continue, até porque não sei mesmo que fazer com o meu voto.
> 
> 
> Diniz Cayolla Ribeiro
> dinizcayolla  gmail.com
> http://jogardenegras.blogspot.com/
> 
> 
> 
> 
> A 2011/05/01, às 13:42, Pedro Gadanho escreveu:
> 
>> Caros,
>> 
>> Após a breve discussão que teve lugar aqui no [arena] sobre o voto em branco (infelizmente interrompida por um pronunciamento jurídico imobilizante), venho colocar à vossa consideração o seguinte problema: onde invisto agora o meu voto de protesto?
>> 
>> Recentemente, inúmeros ex-presidentes vieram-nos chamar à responsabilidade.
>> Mas, então, onde posso eu assumir a responsabilidade de protestar?
>> 
>> Como já disse elsewhere, se a nossa assembleia não dá assento a anarquistas, então onde protesto eu? 
>> Nos Verdes??? (Pensei logo num slogan: Nem Branco, Nem Rosa-Alaranjado, Eu Voto Verde...)
>> Desisti da ideia quando percebi que os Verdes, em Portugal, ainda estão reféns de um partido - e de um partido, em particular, que se auto-excluiu da corrida que hoje se faz no nosso país... 
>> 
>> E eu sou, em primeiro lugar, apartidário. Então que fazer, continuei a perguntar-me?
>> Contribuir para a micro-pulverização de movimentos cívicos cujo impacto será, na lógica do dividir para conquistar, igual a zero?
>> Permaneci indeciso, propenso à abstenção...
>> 
>> Finalmente hoje, em leituras de jornais atrasados, percebi duas coisas importantes:
>> 
>> 1. Goste-se ou não da ideologia flutuante do José Manuel Fernandes, ele escreve com muita razão (e com a qualidade que lhe é habitual) quando sugere que a abstenção só vai favorecer as bestas que estão no poder.
>> 
>> 2. E depois descobri por via do MEC - o da saudosa Escrítica Pop - que existe um movimento cívico que talvez possa ser apropriado para expressar o meu voto de protesto. (Pensei logo noutro slogan: se é para votar em bestas, então prefiro os animais.)
>> 
>> Anedotas àparte, acho que merece a pena debater isto: faz sentido gerar um movimento cívico anti-abstenção, pró-protesto, que mobilize votos para um movimento como o (já agora, apropriadamente denominado) PAN?
>> 
>> Quando verifiquei no facebook (essa nova arma de destruição maciça que, adivinho, cedo será suprimida ou censurada) que 2330 pessoas gostam do PS e 9733 gostam do PAN, achei que talvez houvesse aqui um começo.
>> 
>> Agrada-me a ideia delirante de um movimento ou partido político recente e quase anónimo crescer até se tornar a terceira força política do país de um momento para o outro, impulsionado por movimentos cívicos que continuem a assumir a sua recusa em entrar no jogo partidário que nos conduziu até aqui. Mas que porém, estrategicamente, apoiem agora algo que se diferencie do que conhecemos até aqui.
>> 
>> Ainda não sei o que quero ser quando for grande - se de esquerda, se de direita - mas, como qualquer pessoa de bom senso nesta altura do campeonato, simpatizo com o ideário ecologista. E pode dizer-se que com este primeiro endorsement da semana passada o PAN começou da maneira certa.
>> 
>> Foi assim que a ideia ganhou volume até ao ponto de eu me estar aqui a expor ao ridículo apenas para ouvir a vossa mais sincera opinião sobre este cenário. Após os vossos comentários, que prezo primeiro, decidirei se crio ou não a costumeira página do facebook…
>> 
>> Abraços e beijinhos,
>> Pedro Gadanho
>> 
>> 
>> Post-scriptum: 
>> Os comentários dos adeptos ferrenhos dos partidos com assento na Assembleia da Rapública são dispensados... e daí, porque não? :-)
>> 
>> 
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