[ARENA] URGENTE: Arte, Teoria, Política...

Domingo, 1 de Maio de 2011 - 19:32:07 WEST

Caro Dinis

É verdade: o PAN pode ser mais um dispersor de votos - o que, como já sugeri, será o equivalente a gerar votos em branco sem valor político efectivo.

Por isso defendo algo de delirante: criar um movimento cívico que ajude a concentrar os votos dispersos, indecisos e a abstenção numa só entidade que não tenha passado partidário. (isto por razões óbvias e, sim, potencialmente preconceituosas. Mas é no resulta os últimos anos a assistir à política portuguesa.)

Como declaração de intenções devo também declarar não tenho nenhum interesse, nem conheço ninguém no PAN. Interessa-me o ideário pós-partidário.

Quanto à auto-exclusão do PCP desta corrida, refiro-me como observador independente interessado, ao facto de ter assumido a recusa de negociações com o FMI como seu cavalo-de-batalha para estas eleições. Mesmo simpatizando com a posição dos islandeses - como já demonstrei - acho que o FMI é inevitável (por causa da Europa, não por causa de nós) e a posição de PCP e BE torna-se assumidamente irrealista. E eu desejo assumir-me como situacionista, não como irrealista.

Espero ter sido elucidativo...
Abraços,
Pedro Gadanho

p.s. se o permitires, publicarei, apesar de tudo, a minha resposta e a tua pertinente questão no arena. apesar de tudo, estou à procura de um debate aberto - mas que, esperançosamente não degenere naquilo a que se assistiu nas últimas semanas!

shrapnelcontemporary.wordpress.com

Início da mensagem reenviada:

> De: Dinis Santos <dinismanueld  gmail.com>
> Data: 1 de Maio de 2011 17:49:34 WEST
> Para: pedrogadanho  gmail.com
> Assunto: Re: [ARENA] URGENTE: Arte, Teoria, Política...
> 
> Caro Pedro Gadanho,
> 
> Obrigado pela informação sobre o PAN.
> 
> Aproveito para dizer que o PAN tem outra página do facebook com 48000 likes http://www.facebook.com/home.php#!/partido.pan   .
> 
> Só não percebi isto:
> 
> "Desisti da ideia quando percebi que os Verdes, em Portugal, ainda estão reféns de um partido - e de um partido, em particular, que se auto-excluiu da corrida que hoje se faz no nosso país... "
> 
> O PCP exclui-se do quê?
> 
> Se calhar vais me acusar de "adepto ferrenho" de um partido com assento parlamentar. Mas a verdade é que não sou adepto nem militante de nenhum partido mas não posso deixar de valorizar partidos já existentes simplesmente porque já existem. Isso é preconceito. Por tal confesso-me defensor de um governo que não vai existir, pois a maioria das pessoas em Portugal demonizada a esquerda, mas esse governo seria PCP, BE e PCTP/MRPP e já agora o PAN, pois depois de ler o programa deste partido parece me ter muitos pontos em comum com os outros partidos que referi. Agora de facto nestas eleições coloca-se um grave problema que é o da divisão. Sabemos que o ps e psd terão os votos do costume. A única esperança de mudança seria de facto neste momento uma coligação dos partidos mais à esquerda... o PAN agradou-me é verdade mas tenho receio que seja mais um dispersor de votos. De qualquer das formas vou agora publicitá-lo no facebook. Direi: "coligação : PCP, BE, PCTP/MRPP e PAN" (colocarei o link do partido).
> 
> e é isto,
> 
> um abraço
> 
> um bom 1º de maio
> 
> 
> 
> 2011/5/1 Pedro Gadanho <pedrogadanho  gmail.com>
> Caros,
> 
> Após a breve discussão que teve lugar aqui no [arena] sobre o voto em branco (infelizmente interrompida por um pronunciamento jurídico imobilizante), venho colocar à vossa consideração o seguinte problema: onde invisto agora o meu voto de protesto?
> 
> Recentemente, inúmeros ex-presidentes vieram-nos chamar à responsabilidade.
> Mas, então, onde posso eu assumir a responsabilidade de protestar?
> 
> Como já disse elsewhere, se a nossa assembleia não dá assento a anarquistas, então onde protesto eu? 
> Nos Verdes??? (Pensei logo num slogan: Nem Branco, Nem Rosa-Alaranjado, Eu Voto Verde...)
> Desisti da ideia quando percebi que os Verdes, em Portugal, ainda estão reféns de um partido - e de um partido, em particular, que se auto-excluiu da corrida que hoje se faz no nosso país... 
> 
> E eu sou, em primeiro lugar, apartidário. Então que fazer, continuei a perguntar-me?
> Contribuir para a micro-pulverização de movimentos cívicos cujo impacto será, na lógica do dividir para conquistar, igual a zero?
> Permaneci indeciso, propenso à abstenção...
> 
> Finalmente hoje, em leituras de jornais atrasados, percebi duas coisas importantes:
> 
> 1. Goste-se ou não da ideologia flutuante do José Manuel Fernandes, ele escreve com muita razão (e com a qualidade que lhe é habitual) quando sugere que a abstenção só vai favorecer as bestas que estão no poder.
> 
> 2. E depois descobri por via do MEC - o da saudosa Escrítica Pop - que existe um movimento cívico que talvez possa ser apropriado para expressar o meu voto de protesto. (Pensei logo noutro slogan: se é para votar em bestas, então prefiro os animais.)
> 
> Anedotas àparte, acho que merece a pena debater isto: faz sentido gerar um movimento cívico anti-abstenção, pró-protesto, que mobilize votos para um movimento como o (já agora, apropriadamente denominado) PAN?
> 
> Quando verifiquei no facebook (essa nova arma de destruição maciça que, adivinho, cedo será suprimida ou censurada) que 2330 pessoas gostam do PS e 9733 gostam do PAN, achei que talvez houvesse aqui um começo.
> 
> Agrada-me a ideia delirante de um movimento ou partido político recente e quase anónimo crescer até se tornar a terceira força política do país de um momento para o outro, impulsionado por movimentos cívicos que continuem a assumir a sua recusa em entrar no jogo partidário que nos conduziu até aqui. Mas que porém, estrategicamente, apoiem agora algo que se diferencie do que conhecemos até aqui.
> 
> Ainda não sei o que quero ser quando for grande - se de esquerda, se de direita - mas, como qualquer pessoa de bom senso nesta altura do campeonato, simpatizo com o ideário ecologista. E pode dizer-se que com este primeiro endorsement da semana passada o PAN começou da maneira certa.
> 
> Foi assim que a ideia ganhou volume até ao ponto de eu me estar aqui a expor ao ridículo apenas para ouvir a vossa mais sincera opinião sobre este cenário. Após os vossos comentários, que prezo primeiro, decidirei se crio ou não a costumeira página do facebook…
> 
> Abraços e beijinhos,
> Pedro Gadanho
> 
> 
> Post-scriptum: 
> Os comentários dos adeptos ferrenhos dos partidos com assento na Assembleia da Rapública são dispensados... e daí, porque não? :-)
> 
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