<html><head></head><body style="word-wrap: break-word; -webkit-nbsp-mode: space; -webkit-line-break: after-white-space; ">Caro André,<div><br></div><div>Compreendo muito bem as tuas reservas em relação a determinadas práticas etnográficas. Eu próprio sou muito crítico em relação a muitos desses disparates. Mas, com é óbvio, existem também muitos bons exemplos, e o do Luís é particularmente interessante. Adiante. Como tu próprio escreveste, este não é o tema central desta 'conversa'. O importante é não nos dispersarmos e mantermos a 'chama acesa', a ver se outros intervêm e trazem contributos para o debate.</div><div><br></div><div>Em relação aos comentários que fizeste, 'na boa'; não fiquei nada magoado. Aprecio até o teu estilo. Gostas de escrever o que te vai na alma e tens um tipo de humor que me agrada. Eu apenas te 'apresentei' o Luís porque achei piada ao facto de teres ido ver quem era. Se quiseres ficar a conhecer melhor a figura, deixo-te aqui três links. O primeiro é o Luís na versão académica, o segundo é de um poema do Luís, na versão 'João Habitualmente', o terceiro é o Luís/João Habitualmente numa conversa com poetas do Porto.</div><div><br></div><div><a href="http://www.youtube.com/watch?v=mWaBcyyS5F4">http://www.youtube.com/watch?v=mWaBcyyS5F4</a></div><div><a href="http://www.youtube.com/watch?v=N35SB4lnYBQ">http://www.youtube.com/watch?v=N35SB4lnYBQ</a></div><div><a href="http://www.youtube.com/watch?v=2HkZqsGCUDs">http://www.youtube.com/watch?v=2HkZqsGCUDs</a></div><div><br></div><div>Abraço</div><div><br></div><div>DCR</div><div><br></div><div>ps. Neste site -  <a href="http://laranjeira.com/poesiamaldita/index.shtml">http://laranjeira.com/poesiamaldita/index.shtml</a> - encontras alguns dos mais 'famosos' poemas do João Habitualmente.</div><div><br></div><div><br></div><div><br><div><div>A 12/02/2012, às 19:40, André Rangel escreveu:</div><br class="Apple-interchange-newline"><blockquote type="cite"><div style="word-wrap: break-word; -webkit-nbsp-mode: space; -webkit-line-break: after-white-space; ">Grande Dinis,<div><br></div><div>Atendendo ao que me contas agora sobre os olhos do Luís, fico embaraçado e lamento o tom jocoso do último e-mail que escrevi para a arena. Mais embaraço é o facto de poder ter magoado alguém (por exemplo tu) com a minha estupidez.  Lembro um trabalho que fiz há uns anos na comemoração dos 40 anos da Imprensa Braille em que os cegos que lá trabalhavam me diziam que não eram invisuais, mas sim cegos. Diziam-me eles que viam muito bem..talvez porque ver não é só olhar. O Luís confirma porque escolhe bem as sua assistentes.</div><div><br></div><div>Esta questão da cegueira também me lembra o momento em que o Dan Gilbert compara o grau de felicidade de uma pessoa que perdeu as pernas e de uma pessoa que ganhou a lotaria para concluir que são o mesmo. Está aos 2 minutos e vinte segundos da seguinte TED Talk: <a href="http://www.ted.com/talks/dan_gilbert_asks_why_are_we_happy.html">http://www.ted.com/talks/dan_gilbert_asks_why_are_we_happy.html</a> </div><div>Lamento sinceramente o que aconteceu ao Luís e desejo-lhe o melhor. Estou certo que ele tem a força para continuar os seus desígnios, e não baixará os braços. </div><div><br></div><div>Os comentários que fiz ao 'O American Way of Science' e não os (infelizes) que fiz à pessoa do Luís reflectem aquilo que penso sobre o que se discutia.</div><div><br></div><div>Sobre a etnografia. Será possível 'compreender o fenómeno da droga por dentro' sem a consumir? Será possível compreender o fenómeno da dependência física e/ou psicológica de drogas (duras) 'por dentro' sem experimentar essa dependência? Eu penso que não. Estes estudos etnográficos também levantam grandes questões éticas mas não é meu interesse discuti-las. Mesmo assim, é certo que o trabalho às vezes poético que o Luís fez/faz nesta área é importante.</div><div><br></div><div>Ainda sobre etnografia que se afasta do tema inicial e para questionar um pouco esta ideia da observação. Em 2010 participei numa 'International Summer School' cujo tema era "Models of Creative Design". Uma boa parte do pessoal presente dedicava-se a tentar compreender como acontece a criatividade. Alguns vinham das Áreas das Ciências Sociais e Humanas. Dedicavam-se principalmente a fazer estudos etnográficos de como Designers e equipas de Designers desenvolvem o seu trabalho criativo. Muito deste pessoal tinha como objectivo, compreender a criatividade de forma a desenvolverem, modelos para standardizar, optimizar e automatizar a criatividade. Até me assustou. A ideia com que fiquei foi tratar-se de pessoal (talvez sem criatividade) que tenta compreender como é que a criatividade acontece aos criativos. Os seu métodos de trabalho preferidos eram etnográficos, se possível tentavam ser a sombra de um Designer ou de um grupo de Designers. Ou seja, tornam-se especialistas em Design, sem responderem a qualquer desafio de Design. Não quererendo aprofundar a questão do acto observador que afecta e modifica o observado, fiquei com sérias dúvidas que através da observação de um Designer se pudesse compreender e descrever como é que ele Designa. A 'Summer School' foi excelente! Aprendi muito. Do lado da análise etnográfica destaco os gurus Linden Ball (<a href="http://www.desirenetwork.eu/ht/002t/ts02.html">http://www.desirenetwork.eu/ht/002t/ts02.html</a>), Nigel Cross (<a href="http://design.open.ac.uk/cross/">http://design.open.ac.uk/cross/</a>) e o 'fachola' John Gero (<a href="http://cs.gmu.edu/~jgero/">http://cs.gmu.edu/~jgero/</a>). O livro 'Design Thinkin' do Nigel Cross é um bom exemplo da abordagem etnográfica à prática do Design. Também lá esteve muito pessoal com larga experiência em saber fazer Design por exemplo a Tatjana Leblanc (<a href="http://www.din.umontreal.ca/prof/t.leblanc/">http://www.din.umontreal.ca/prof/t.leblanc/</a>) ministrou um seminário de luxo sobre Design sensível ao contexto.</div><div><br></div><div>Dinis muito obrigado por apresentares de forma tão pessoal o Luis Fernandes.</div><div><br></div><div>Um abraço e boa semana,</div><div><br></div><div>André</div><div><br></div><div><br><div><div>On Feb 12, 2012, at 5:06 PM, Diniz Cayolla Ribeiro wrote:</div><br class="Apple-interchange-newline"><blockquote type="cite"><div style="word-wrap: break-word; -webkit-nbsp-mode: space; -webkit-line-break: after-white-space; "><span class="Apple-style-span" style="font-size: 17px; ">Caro André,</span><div style="font-size: 17px; "><br></div><div style="font-size: 17px; ">Permite-me que te 'apresente' o Luís Fernandes, uma das pessoas mais extraordinárias que tive a sorte de conhecer ao longo da vida.</div><div style="font-size: 17px; "><br></div><div style="font-size: 17px; ">Conhecemo-nos há cerca de 20 anos atrás, numa noite de segunda-feira de poesia, nas célebres sessões de poesia no Pinguim café (Porto), dinamizadas pelo (já falecido) Joaquim Castro Caldas. O Luís estava lá porque amava (e ainda ama) a poesia; eu estava lá porque na altura era actor de teatro e adorava (ainda gosto, mas já pratico pouco) dizer poesia. Havia ainda outro aspecto que nos juntava, tal como o próprio Luís mais tarde me disse: ele era licenciado em Psicologia, mas as suas investigações levaram-no para o campo da antropologia; eu estava a licenciar-me em antropologia, mas os meus interesses e indagações estavam a conduzir-me para o campo da psicologia em geral, ou mais particularmente para a área específica da psicanálise.</div><div style="font-size: 17px; "><br></div><div style="font-size: 17px; ">De facto, a etnografia tinha sido a metodologia escolhida pelo Luís para fazer as suas investigações no campo dos "territórios psicotrópicos", conceito que ele próprio cunhou. Cansado da' patologização' que a psicologia 'mainstream' usava como paradigma de investigação no campo das drogas, decidiu experimentar outras formas de observação mais 'participantes' que foi buscar ao Bronislaw Malinowski, 'pai' da etnografia moderna, e à Escola Sociológica de Chicago, que tanto relevância teve no campo da Antropologia Urbana. Noutros termos, optou por realizar uma 'observação participante' nos territórios onde as drogas ('leves' e 'duras') eram traficadas e consumidas, procurando desta forma compreender o fenómeno por 'dentro'. Inicialmente começou a 'parar' na Ribeira, que na altura era um dos centros do fenómeno, a conviver com os actores desta narrativa, a ganhar a sua confiança; e, mais tarde, foi mesmo viver para um desses bairros problemáticos do Porto, que tem a particularidade de ter uma extraordinária vista sobre o Foz do Douro; alugou lá uma casa e viveu o fenómeno de perto durante alguns anos. Como resultado de tudo isto, escreveu uma tese de mestrado sobre os "pós-modernos", uma tese de doutoramento sobre "os sítios das drogas" e publicou inúmeros artigos sobre este assunto ao longo dos últimos 20 anos. Para além do mais, criou na Faculdade do Psicologia do Porto uma "outra" forma de abordar e pensar o fenómeno das drogas, e cimentou esta aproximação dos fenómenos desviantes em geral através da docência e das orientações de teses. Em suma, transformou-se num investigador muito respeitado na sua área, tanto ao nível nacional como internacional.</div><div style="font-size: 17px; "><br></div><div style="font-size: 17px; ">Para além deste percurso poético e 'desviante' que respeito e admiro, existe ainda na história de vida do Luís um outro episódio que fez com que a minha admiração por ele se tornasse ainda maior. Ao longo de todo este percurso, o Luís foi cegando, no sentido literal do termo. Primeiro, foi um deslocamento de retina irreversível que o deixou só a ver de um olho; depois foram vários problemas no outro olho que fizeram com que ele fosse progressivamente perdendo a visão, até ficar praticamente cego. Actualmente, o Luís ainda percebe a presença ou ausência de luz, mas já não vê literalmente nada; recorre à ajuda de terceiros ou de uma bengala para se movimentar, 'lê" áudiolivros da biblioteca sonora de Gaia, interage com o computador através de programas sonoros informáticos especialmente desenhados para cegos, e vai realizando as suas varias actividades académicas com a ajuda de 'secretárias" que vai contratando. Curiosamente, estas várias 'assistentes' que ele tem contratado ao longo do tempo para o auxiliar são sempre mulheres muito interessantes, tanto ao nível físico como intelectual, o que mostra que continua a ser uma pessoa com bom gosto, com bom 'olho', e com jeito para 'línguas', seja lá de que nacionalidade forem.</div><div style="font-size: 17px; "><br></div><div style="font-size: 17px; ">Brinco com a situação porque aprendi com o Luís a agir deste modo. Este é um outro aspecto que eu acho incrível na sua história de vida. Apesar de ter cegado, o Luís faz humor com isto. Conto-te alguns episódios para perceberes do que estou a falar. Há muitos anos atrás, quando ainda estava a viver e a estudar em Lisboa, convidei o Luís para ir assistir a uma aula de um professor que muito admirava (e que ainda admiro). O Luís, salvo erro, tinha ido a Lisboa dar formação a futuros juízes no CEJ (Centro de Estudos Judiciários), e eu aproveitei a situação para o 'desviar' para os territórios antropológicos da psicanálise. O Luís aceitou o convite, combinámos encontrar-nos à porta da FCSH-UNL, na Avenida de Berna, e no fim o Luís acrescentou: "Diniz, não chegues atrasado, porque senão começam-me a dar moedas". :) Noutra altura, quando escrevia regularmente para o Público, o Luís publicou um artigo intitulado "Deslocamento da Rotina", tirando partido do infortúnio que teve: <a href="http://dir.groups.yahoo.com/group/projecto21/message/411">http://dir.groups.yahoo.com/group/projecto21/message/411</a> . E noutra altura ainda, quando estava em casa dele e um dos seus filhos lhe veio pedir para fazer alguma coisa que ele teve de consentir, lembro-me de ter dito: "estás cheio de sorte; tens um pai porreiro". Resposta de Luís: "o pai não é porreiro, o pai é mas é um cegueta." :)</div><div style="font-size: 17px; "><br></div><div style="font-size: 17px; ">Adiante. O Luís é, portanto, uma pessoa muito especial, que tem um percurso muito fora de comum e que nunca foi de baixar os braços. Estou a pensar voltar a convidá-lo para ir novamente a faculdade para falar sobre este assunto do "American Way of Science" Já lá foi várias vezes: uma vez para falar sobre etnografia, outra para discorrer sobre Michel Foucault (o Luís conhece profundamente a sua obra por causa do desvio) e outra ainda para conversar com os alunos de Doutoramento sobre metodologia de investigação científica. Nunca recusou o convite e deu sempre palestras excelentes. Por tudo isto, lembrei-me de o trazer para esta discussão. Ainda que a sua área seja outra, a mercantilização do conhecimento e a aceleração irreflectida da prática científica estão a chegar, a todo o vapor, ao mundo da arte, o que nos coloca a todos inúmeros problemas e faz com que a contribuição do Luís nos possa ser muito útil.</div><div style="font-size: 17px; "><br></div><div style="font-size: 17px; ">Caso ele aceite o convite, teremos nessa altura oportunidade de conversar sobre os vários problemas que a hegemonia (no sentido gramsciano) e a 'naturalização' de uma determinada da prática científica levantam. Ainda que não concorde com tudo aquilo que escreveste, achei interessante a forma como leste o texto do Luís. São estas leituras múltiplas que me interessa aqui promover, bem como trazer para a Arena um discussão fundamental que está na ordem do dia. Assim sendo, a bem da discussão, acrescento mais um texto para o debate, desta feita escrito por Diogo Ramada Curto no suplemento "atual" do Expresso, em 5 de Fevereiro de 2011. O texto começa assim:</div><div style="font-size: 17px; "><br></div><div style="font-size: 10px; "><span class="Apple-style-span" style="font-size: 17px; ">"As ciências sociais e humanas encontram-se hoje numa condição difícil, não só porque se entrou numa situação em que há uma recessão da teoria mas também porque a universidade tende a responder cada vez mais a critérios económicos e a cristalizar-se em sistemas fechados de autoridade e legitimação, altamente hierarquizados." </span></div><div style="font-size: 10px; "><span class="Apple-style-span" style="font-size: 17px; ">O artigo completo está disponível aqui: <a href="http://d.pr/OCxI">http://d.pr/OCxI</a></span></div><div style="font-size: 10px; "><span class="Apple-style-span" style="font-size: 17px; "><br></span></div><div style="font-size: 10px; "><span class="Apple-style-span" style="font-size: 17px; ">Abraço</span></div><div style="font-size: 10px; "><span class="Apple-style-span" style="font-size: 17px; "><br></span></div><div style="font-size: 17px; ">DCR</div><div style="font-size: 19px; "><br></div><div><div>A 11/02/2012, às 16:34, André Rangel escreveu:</div><br class="Apple-interchange-newline"><blockquote type="cite"><div style="word-wrap: break-word; -webkit-nbsp-mode: space; -webkit-line-break: after-white-space; ">Tenho um fraquinho por alguns comportamentos desviantes. Será o Luís especialista praticante!?... se calhar já não... mas pela foto (<a href="http://opiniao.porto24.pt/wp-content/authors/luisfernandes-5.jpg">http://opiniao.porto24.pt/wp-content/authors/luisfernandes-5.jpg</a>) parece que ainda manda cenas bem ... desviantes :D<div><br></div><div>Dinis, parece que no texto do Luis existe uma espécie de subtítulo que tu não transcreveste: 'O apelo à internacionalização dos cientistas equivale, na prática, à submissão ao sistema científico anglo-americano'.</div><div><br></div><div>Ao ler o texto do Luis sinto-me um felizardo porque ninguém me dita o que devo investigar. Produzo, investigo e publico o que me apetece, quando me apetece e aonde posso. Ao submeter um trabalho ao 'sistema científico anglo-americano' prefiro pensar que vou utilizar o 'sistema',  tirar partido dele, explorá-lo e se possível mesmo abusar dele. Não balizo nem formato o meu projecto de trabalho por normas do 'sistema' e jamais produzo em função deste. Não é o 'sistema' que espoleta o meu trabalho e investigação.  O meu trabalho existe primeiro fora de qualquer sistema científico e académico. Quando o 'sistema' e a academia têm interesse em utilizar a minha experiência tanto melhor. </div><div><div><br></div><div>Quanto às Ciências Sociais e Humanas dominadas pelo 'Capitão América' é preciso estar alerta. Se é mesmo como o Luís escreve, o melhor é o pessoal da FPCEUP, FPUL e da FPCEUC passar já à acção. O 'Capitão América', a meu ver, é ou faz-se de Capitão mais imbecil do Mundo, e o Luís está cheio de razão (da sua própria razão), mas não podemos desconsiderar totalmente a funcionalidade da língua Inglesa (quantos beijos, ternuras, doçuras e carícias conquistados por se falar Inglês mesmo que mal arranhado).... Porque também é disso que se trata. O Inglês é útil, o Francês também, a precisão do Alemão para descrições técnicas e de procedimentos 'é de gritos'. Inverto a situação e em vez de pensar que merda, que injustiça, tanto 'Inglês' à minha volta, prefiro pensar: porreiro o pouco que sei de Inglês dá cá um jeito para conhecer, gostar e detestar aqueles 'bifes' e o que eles fazem e pensam ...  tomara eu também compreender Mandarim para melhorar o meu Português e me conhecer melhor.</div><div><br></div><div>'nos circuitos virtuais da net, onde o inglês é o veículo'. Parece-me que o Luís não se deu conta que os circuitos da 'net' são reais, tão reais como a rede de água canalizada que lhe permite lavar roupa em casa e que nesses circuitos da 'net' não só Inglês é 'veículo' mas também o Chinês, o Espanhol e ...<a href="http://www.internetworldstats.com/stats7.htm">http://www.internetworldstats.com/stats7.htm</a></div><div><br></div><div>O Luís está certo quando afirma 'porque uma língua não é só um veículo, é um sistema de pensamento, é constitutiva duma cultura.' e eu pergunto não é melhor pensar também noutras línguas, pensar noutras culturas, do que apenas ler traduções!?</div><div>Sem preconceito nem provincianismo, ser Português e pensar em Inglês não significa ver CNN ou NBC, ser cliente do MacDonalds, venerar o Capitão América e acreditar que estudar em Inglaterra ou nos 'States' é mais importante do que estudar na Damaia. Da mesma maneira que pensar em Português não significa beber sopas de cavalo cansado ao pequeno almoço, chupar a sopa dos bigodes e comer farinheiras cruas. Se podemos pensar com mais do que um sistema de pensamento, porque não!? Importante é pensar! e fazer. Ser capaz de pensar noutra(s) língua(s) ou cultura(s) pode (deve) melhorar a nossa (língua e cultura) enquanto sistema de pensamento.</div><div><br></div><div>O Luís afirma que a FCT desvaloriza publicações no Brasil, Espanha, Grécia, ou Polónia. Não sei se isto se passa só nas Ciências Sociais e Humanas. Tinha a ideia que para a FCT publicações sob arbitragem científica têm o mesmo valor independentemente de acontecerem na Turquia, Japão ou Inglaterra. Posso estar errado, se alguém tiver informação sobre este assunto estou curioso.</div><div><br></div><div>O Luís escreve "(...) júri que, por cima e de longe, desfasado da nossa realidade e incapaz de ler, sequer, o melhor da nossa produção porque este não está, as mais das vezes, nas línguas deles?"... estranho que o melhor da nossa produção não seja traduzido para outras línguas.</div><div><br></div><div>Academia, Ciência, Validação Cientifica e Académica, Pontuação, Arbitragem Cientifica, Avaliação, Progressão na Carreira são um conjunto de utilidades, proficientes (utilizando a palavra do Luis) para um conjunto pessoas. Ocorrem-me duas coisas: 'Quem não quer ser lobo não lhe veste a pele' e uma das formas de tentar mudar o sistema é de dentro do próprio sistema.</div><div><br></div><div>Em conclusão, estou totalmente enganado. Fui inspirado pela fotografia e especialidade do Luís. O seu texto é muito sério. Com todo o respeito pelo Luis Fernandes e pelo seu trabalho a brincar especulo duas hipóteses: Pode ser que o Luís domine melhor o Francês do que o Inglês. Como ele próprio afirma terá havido, a dada altura da sua vida, na sua área de conhecimento, mais produção 'científica' em Francês do que em Inglês. Mas nessa ditadura (da língua), mais confortável o Luís, não se queixou 'parce que le Français est très jolie, je dirai même plus musicale, plus romantique, plus fluide pour les yeux et pour les oreilles';) Hoje, havendo muito mais ruído (cientifico) em Inglês ele fica assim desviado como está na fotografia :) Outra hipótese está ligada ao facto de na adolescência/juventude  sempre se terem feito nas praias portuguesas mais engates em Inglês do que em Francês e isto é de facto uma injustiça para quem escolheu no ciclo preparatório o Francês como primeira língua estrangeira.</div><div><br></div><div>Bonne fin de semaine,</div><div><br></div><div>André</div><div>...</div></div></div></blockquote></div><div apple-content-edited="true"><span class="Apple-style-span" style="border-collapse: separate; font-family: Helvetica; font-style: normal; font-variant: normal; font-weight: normal; letter-spacing: normal; line-height: normal; orphans: 2; text-indent: 0px; text-transform: none; white-space: normal; widows: 2; word-spacing: 0px; -webkit-border-horizontal-spacing: 0px; -webkit-border-vertical-spacing: 0px; -webkit-text-decorations-in-effect: none; -webkit-text-size-adjust: auto; -webkit-text-stroke-width: 0px; font-size: medium; "><br></span>
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<span class="Apple-style-span" style="border-collapse: separate; color: rgb(0, 0, 0); font-family: Helvetica; font-style: normal; font-variant: normal; font-weight: normal; letter-spacing: normal; line-height: normal; orphans: 2; text-align: auto; text-indent: 0px; text-transform: none; white-space: normal; widows: 2; word-spacing: 0px; -webkit-border-horizontal-spacing: 0px; -webkit-border-vertical-spacing: 0px; -webkit-text-decorations-in-effect: none; -webkit-text-size-adjust: auto; -webkit-text-stroke-width: 0px; font-size: medium; "><span class="Apple-style-span" style="border-collapse: separate; color: rgb(0, 0, 0); font-family: Helvetica; font-style: normal; font-variant: normal; font-weight: normal; letter-spacing: normal; line-height: normal; orphans: 2; text-indent: 0px; text-transform: none; white-space: normal; widows: 2; word-spacing: 0px; -webkit-border-horizontal-spacing: 0px; -webkit-border-vertical-spacing: 0px; -webkit-text-decorations-in-effect: none; -webkit-text-size-adjust: auto; -webkit-text-stroke-width: 0px; font-size: medium; "><div style="word-wrap: break-word; -webkit-nbsp-mode: space; -webkit-line-break: after-white-space; ">Diniz Cayolla Ribeiro<br><a href="mailto:dinizcayolla@gmail.com">dinizcayolla@gmail.com</a><br><br>_______________________________________<br><br><br></div></span></span><span><img height="31" width="100" id="4fdff2d2-eb77-494e-9ce1-bc8f79df49d4" apple-width="yes" apple-height="yes" src="cid:A24D653B-A605-493B-8415-359A7D4DF52E@lan"></span><span class="Apple-style-span" style="border-collapse: separate; color: rgb(0, 0, 0); font-family: Helvetica; font-style: normal; font-variant: normal; font-weight: normal; letter-spacing: normal; line-height: normal; orphans: 2; text-align: auto; text-indent: 0px; text-transform: none; white-space: normal; widows: 2; word-spacing: 0px; -webkit-border-horizontal-spacing: 0px; -webkit-border-vertical-spacing: 0px; -webkit-text-decorations-in-effect: none; -webkit-text-size-adjust: auto; -webkit-text-stroke-width: 0px; font-size: medium; "><br><br><br>_______________________________________<br><br>i2ADS - Instituto de Investigação em Arte, Design e Sociedade<br>[Faculdade de Belas Artes da Universidade do Porto | School of Fine Arts - University of Porto]<br>[Avenida Rodrigues de Freitas - 265  |  4049-021 Porto Portugal]<br>[<a href="http://i2ads.fba.up.pt">http://i2ads.fba.up.pt</a>]<br>[<a href="mailto:i2ads@fba.up.pt">i2ads@fba.up.pt</a>]<br><br></span>
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