<html><body style="word-wrap: break-word; -webkit-nbsp-mode: space; -webkit-line-break: after-white-space; ">Lançamento do livro “Câmara de Descompressão” de Mattia Denisse e apresentação da editora DOIS DIAS<div><br></div><div>22 JUN'11 — 19h</div><div>Terraço ZDB / Lisboa<br><a href="http://www.zedosbois.org/events/camara-de-descompressao/">http://www.zedosbois.org/events/camara-de-descompressao/</a><br><br>x<br><br>"Uma das minhas primeiras lembranças matemáticas, para além da adição, subtracção e divisão, foi a descoberta dos conjuntos. Vou recordar para sempre o momento em que a professora desenhou no quadro preto grandes círculos coloridos nos quais dispôs frutos, animais, cores e uma variedade de elementos que a priori não tinham nada a ver entre si. Havia neste vasto gesto englobante um extraordinário saber: o poder de cercar animais, palavras, coisas e pensamentos selvagens que, antes de serem domesticados, se escondem e galopam furiosamente dentro de universos inacessíveis e solitários. O fascinante não era tanto agrupar, mas, sobretudo na intersecção, juntar. Eu podia graças a ela [à intersecção] juntar o injuntável. Um poder até então inimaginável permitir-me-ia doravante encontrar parentescos nas coisas mais dissemelhantes e criar 'matematicamente' quimeras."<br>in “Câmara de Descompressão” de Mattia Denisse<br><br>x<br><br>2 DIAS é uma editora dissidente que nasce da motivação de 2 leitores. Encontra nos livros a sua teoria dos territórios: dar forma a um espaço de leitura que vai expandindo a sua superfície à medida que alguém arrisca avançar pelas suas páginas. A sua inevitabilidade, contudo, é ter na reprodução do objecto um pretexto para a partilha.<br>Sediada algures entre a margem norte e a margem sul do rio Tejo, desenvolve, desde 2011, os seus próprios modelos de edição. Pensa o livro como valor acrescentado ao “texto”—do x/y da página ao x/y/z do livro. Não procura respostas, potencia problemas. Gosta de questões existenciais essenciais. Entra em diálogo com outros leitores-escritores-autores e à conversa chega à publicação. Tem como interesses maiores as tangentes entre arte e literatura, as práticas grande-angulares da escrita e da leitura.<br>Faz da pequena escala a escala certa. Nem mais nem menos. Baralha as teorias da especialização—um leitor faz-se escritor, editor, designer, autor, produtor, amador, artesão, operário industrial, condutor profissional, comercial.<br>De futuro, não tem agendas nem faz previsões. Preza o desvio. Critica a massa crítica (e outras visões de industrialização da cultura) e, acima de tudo, vai pensando fazendo. Os textos, lidos muitas vezes em voz alta, devolvem à linha de montagem a vontade de construir, para já, mais um livro.<br>É permanentemente provisória e pretende (re)escrever com frequência o texto que a define.<br>2 DIAS tem 2 nomes que lhe vão tratando da diária:<br>Rui Almeida Paiva e Sofia Gonçalves.</div></body></html>