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<TITLE>re: um país de patos bravos</TITLE>
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<P><FONT SIZE=2>olá pedro,<BR>
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não podia concordar mais contigo. e acho importante teres lançado este assunto a debate e reflexão aqui na arena.<BR>
o enfoque da questão, nos media, parece estar no acto de assinar projectos que foram feitos por outros e como tal constituirem uma pequena ilegalidade.<BR>
mas para mim o problema está, como bem referes, no facto de quem pode assinar projectos de arquitectura em Portugal. que interesses existem que não permitem a alteração do famoso decreto?<BR>
os mamarrachos que vi no Público são poluição estética e totalmente inconsistentes com o actual discurso e imagem pública do Primeiro Ministro. e para além do mais, nem sequer possuem a fantasia delirante que os permitiria constarem do livro &quot;Casas de sonhos : emigrantes construtores no Norte de Portugal&quot; de Roselyne de Villanova, Carolina Leite e Isabel Raposo.<BR>
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aproveitaria para lembrar Schiller. na Alemanha romântica do final do século XVIII, Schiller escreve em 1795 as suas Cartas sobre a Educação Estética da Humanidade, influenciado pelo pensamento kantiano e decepcionado com o terror da pós-revolução em França, nas quais defende o estético como pré-condição de acesso à liberdade e à verdade . Segundo Schiller, apenas o Estado estético permite aceder à liberdade: &quot;se no Estado dinâmico dos direitos o homem limita o homem enquanto força - se no Estado ético&nbsp; dos deveres enfrenta o homem com a majestade da lei e lhe prende a vontade, no círculo do belo convívio, do Estado estético, ele pode aparecer-lhe somente enquanto forma, deve apresentar-se-lhe apenas como objecto do livre jogo. Dar liberdade através da liberdade é a lei fundamental desse reino&quot; . E é também o Estado estético que permite a ultrapassagem da fragmentação do homem e da sociedade: &quot;Se já a necessidade força o homem a organizar-se em sociedade e a razão nele implanta princípios sociais, é somente a beleza que pode dar-lhe um caracter sociável. Somente o gosto permite harmonia na sociedade, pois cria harmonia no indivíduo. Todas as outras formas de concepção fragmentam o homem, pois fundam-se exclusivamente na parte sensível de seu ser ou na espiritual; somente a concepção estética faz dele um todo ao exigir a concordância de suas duas naturezas&quot;. Deste modo, uma sociedade que pretendesse basear-se na racionalidade e na liberdade deveria imbuir-se previamente de valores estéticos.<BR>
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ps- citações de &quot;Cartas sobre a Educação Estética da Humanidade&quot;. 2ª edição, São Paulo, EPU, 1992<BR>
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susana mendes silva<BR>
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</P>

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