[ARENA] Inauguração: Trabalho Nenhum. Ruína e Paisagem Sonora no Porto Pós-Industrial. | 11.06.2021 18h-20h e 21h-22.30h | Rampa

Rampa Associação Cultural rampacultura gmail.com
Quarta-Feira, 9 de Junho de 2021 - 10:52:19 WEST


A RAMPA apresenta *Trabalho Nenhum. Ruína e Paisagem Sonora no Porto
Pós-Industrial.*, uma exposição do colectivo *gmurda*.

gmurda é um grupo de ocupação de estruturas abandonadas através de
dinâmicas coletivas efémeras. Fundado em Lisboa no ano de 2012, gmurda
vale-se da copiosa abundância de ruínas no território, garantida há largos
anos pela conjuntura política global. A sua prática interroga a crise do
habitar própria à modernidade portuguesa e ao processo de terciarização,
dos seus paradoxos, saltos em frente e becos sem saída.
A ruína é o lugar da suspensão das regras convencionais que determinam e
comandam a ordem coletiva dos espaços, sejam eles domésticos, laborais ou
de culto.

Há causas económicas e leituras históricas que explicam o porquê de tantas
falências e desmantelamentos marcarem o passado do território. Na calha
estarão também projetos destinados à requalificação futura desse
património. O presente, esse, é cada vez mais o da ruína e do aberto em
inércia que ela guarda, um vazio latente onde é possível a instauração de
novas ordens coletivas. A ação de gmurda consiste na exploração do
potencial negativo, da ausência humana de lugares ainda subtraídos ao
domínio produtivo.

*Trabalho Nenhum* é uma investigação sobre um território concreto: a
arquitetura de destroços da periferia industrial do Porto, região do país
onde, de uma forma mais contundente, se pode falar de ter havido, ainda que
tardia, uma “revolução industrial”, assente na mão-de-obra de trabalhadores
despossuídos, migrantes e remediados.
A transformação global do mundo do trabalho deixou-nos estes espaços
imensos em ruínas, na vertigem de serem reapropriados por uma eminente
valorização cultural e turística. Estas ruínas existem num entretanto, como
terreno incógnito de uma apropriação coletiva. *Trabalho Nenhum* é então a
afirmação desse momento de vazio. O nosso trabalho começa na suspensão de
todos os outros.
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Fundado em 2012, o coletivo gmurda é constituído por Bruno Caracol (Lisboa,
1980), Eva Baudry (França, 1991), Odair Monteiro (Cabo Verde, 1981) e Tiago
Mesquita Carvalho (Lisboa, 1981).

A atividade de gmurda tem-se pautado pela exploração sonora e performativa
de estruturas arquitetónicas abandonadas do passado industrial e militar.
Entre os projetos desenvolvidos destaca-se o projeto de residências
artísticas "O Som e a Ruína" (2014-2017) apoiado pela Fundação Calouste
Gulbenkian.

Com os melhores cumprimentos,
Vera Carmo
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