[ARENA] CONVITE | João Pedro Trindade: a poesia da terra nunca morre | 16.01 às 21h30 na Mupi Gallery

[Saco Azul]

Abertura / Opening
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*Convite Rua Passos Manuel, 178, 4º andar*
*Inauguração Opening*
*João Pedro Trindade | a poesia da terra nunca morre*
*16.01 — 21h30, Mupi Gallery*
<https://www.facebook.com/events/410449226408614/>

*João Pedro Trindade | a poesia da terra nunca morre*


*16.01 — 21h30 Até Until 19.02*

Ciclo "Poético ou Político?" / Cycle "*Poetic or Political?"*
Curadoria de / *Curated by* João Baeta

[PT]


*(…) Adorava admirar a beleza das coisas, descortinar no imperceptível,
através do que é diminuto, a alma poética do universo. A poesia da terra
nunca morre. (…)*

*Fernando Pessoa, Páginas Íntimas e de Autointerpretação*
  De todas as coisas que vemos num dia, quantas delas tomamos por coisas
vulgares? Quanta poesia nos passa por debaixo dos olhos quando estes se
mantêm, de forma compulsiva, a um nível superior do chão?
Talvez o fascínio que acontece, sem que entendamos porquê, resida aqui, na
inesperada delicadeza daquilo que esteve sempre lá.
Poderemos dizer que alguém que caminha de olhos no chão é alguém que
procura saber onde pousam os seus pés, se o caminho é certo; de olhos
postos no chão também andarão aqueles que evitam confronto, aqueles cujos
pensamentos não os deixam levantar a cabeça, aqueles que tentam a sorte na
esperança de encontrar uma nota esquecida, e ainda aqueles para quem o chão
passou a ser lugar de recolha.
A recolha de João Pedro Trindade, calada e persistente, não acontece por
capricho mas antes porque a sua natureza assim o pede.
O olhar projecta-se numa espécie de bengala que encontra o seu sustento no
chão
- dá-se a imagem;
o silêncio de quem caminha entre uma tarefa e outra onde tantas vezes o
tempo que sobra para contemplação é esse mesmo, o do caminho
- de novo a imagem.
Quantas vezes tomei os meus olhos por superficiais ao ver o que os olhos do
João captavam: imaginando-nos de olhos postos na mesma superfície,
pergunto-me se ainda assim seria possível resgatar o que ele resgataria.
Aí reside a sua poesia, na capacidade de colher e consequentemente de
transformar os ínfimos detalhes dos nossos dias.
Rita Senra

Bio
João Pedro Trindade (Aveiro, 1990) vive e trabalha no Porto.
Tem vindo a colaborar em projectos de desenvolvimento e divulgação cultural
como a Painel (2012/2014) e Nartece (2015/2017), integrando actualmente a
equipa do projecto Sismógrafo. Enquanto autor, tem vindo a fazer uso de
meios como a pintura, a escultura e a instalação na investigação e produção
do seu trabalho. Desde 2016, exerce funções de assistente de produção
oficinal na companhia de Teatro de Marionetas do Porto. Licenciou-se em
Artes Plásticas - Pintura, pela Faculdade de Belas Artes da Universidade do
Porto.




















*[EN] (…) I loved to admire the beauty of things, to discover in the
imperceptible, through what is small, the poetic soul of the universe. The
poetry of the land never dies. (…) Fernando Pessoa, Páginas Íntimas e de
Autointerpretação. --- Of all the things we see in a day, how many of them
do we take for common things? How much poetry passes under our eyes when
they are compulsively kept at a higher level of the ground? Perhaps the
fascination that happens, without us understanding why, resides here, in
the unexpected delicacy of what has always been there. We could say that
someone who walks with his eyes on the ground is someone who seeks to know
where his feet lie, if the path is right; those who avoid confrontation,
those whose thoughts do not allow them to raise their heads, those who try
their luck in the hope of finding a forgotten note, and those for whom the
ground has become a place of collection, will also walk with their eyes set
on the ground. João Pedro Trindade's collection, quiet and persistent, does
not take place on a whim, but rather because his nature demands it. The
gaze is projected on a kind of cane that finds its sustenance on the
ground. - the image is given; the silence of one who walks between one task
and another where so often the time left over for contemplation is the
same, that of the journey. - the image again. How many times have I taken
my eyes for superficial when I saw what Joao's eyes grasped: imagining us
with our eyes set on the same surface, I wonder if it would still be
possible to rescue what he would rescue. This is where his poetry lies, in
his ability to harvest and consequently to transform the tiny details of
our days. Rita Senra BIO João Pedro Trindade (Aveiro, 1990) lives and works
in Porto. He has been collaborating in cultural development and
dissemination projects such as Painel (2012/2014) and Nartece (2015/2017),
and is currently part of the Sismógrafo project team. As an author, he has
been making use of means such as painting, sculpture and installation in
the research and production of his work. Since 2016, he has been working as
a workshop production assistant in the Teatro de Marionetas do Porto
Company. He graduated in Fine Arts - Painting from the Faculty of Fine Arts
of the University of Porto.*

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