[ARENA] ultima semana • convite • teu espelho(douro)

Edgar Massul edmac mac.com
Quarta-Feira, 15 de Junho de 2016 - 17:56:14 WEST




teu espelho (douro), 2016 • areia e água do rio Douro, tela e spotlight • dimensões variaveis.
edgar massul

teu espelho (douro), 2016

inauguração dia 5 de junho às 18h30

de 05 a 19 de junho

de quarta a domingo, das 17h às 20h




Imersão e distanciamento
A presente proposta de Edgar Massul inscreve-se num processo criativo que se desdobra em momentos propositivos, afastamentos deliberados e sínteses compositivas.
Assim, num primeiro momento, este artista vai trabalhar directamente com a natureza, deixando que a água e a lama do rio Douro impregnem os trabalhos que têm como suporte o papel e a lona. Deslocado numa exterioridade que permite uma abertura para a imponderabilidade do fluxo natural, a decisão inicial do autor desenha-se a partir de uma grelha de espaço – tempo. Onde e quanto tempo. Trata-se, de certa forma, de assumir a partilha de uma autoria vinculada à possibilidade do acidental e imprevisto se consubstanciarem enquanto mapa de texturas, marcas e escorrimentos que definem a estrutura compositiva das obras: “das tuas margens, aroma a terra: vigília da razão” é o título desta série de trabalhos. A memória de um acontecimento tem aqui uma densidade material que permite que o artista manipule a sua configuração terminal com gestos mínimos, por vezes reforçando movimentos implícitos, noutros casos revertendo e alterando as marcas naturalmente concebidas.
A compilação de desenhos do livro “douro: a love story book” assume de modo radical a matriz natural deste processo de trabalho. Neste caso, todos os incidentes cartografados são eminentemente determinados pela imersão na água e na lama das margens do rio, sendo a secagem, a exposição ao ar e ao vento factores adicionais para a forma derradeira. Mapas de territórios impossíveis, são também incisões de uma temporalidade precisa que sublinha a impermanência como essência projectual. Estas obras aproximam-se de uma situação que se desprende do mais evidente realismo para se estabelecerem num plano de abstracção conceptual, porque resgatadas de um momento único para se estabelecerem como síntese possível de todos os momentos únicos na sua fluidez intuída.
O deslizamento de suportes ancorados nos formatos tradicionais das artes visuais, ou seja, em dispositivos de exposição mais convencionais (os trabalhos de parede e o livro) para uma situação em que a memória do lugar se vê materializada numa instalação site-specific, concretiza-se com a peça “teu espelho, (douro)”. Nela recria-se a possibilidade da água emergir como protagonista de reflexões contínuas numa das paredes do armazém que alberga a exposição, numa pintura feita de luz e movimento. A natureza recriada. A natureza substantivada e nomeada: douro/Douro. Este fragmento extraído de uma totalidade mais uma vez quer-se totalidade intuída. O trânsito do natural ao artificial remete para a convergência de pensamento e percepção. Sentir a visão. Pensar a visão. Ver como entendimento do viver.

Miguel von Hafe Pérez


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