[ARENA] ÚLTIMOS DIAS _ PAULO MENDES _ EXPOSIÇÃO S DE SAUDADE _ no CCVF GUIMARÃES _ ARENA

paulo mendes paulomendes21 gmail.com
Quinta-Feira, 28 de Janeiro de 2016 - 22:47:11 WET


*PAULO MENDES*



*S de Saudade, perfilados de medo [instalação antológica de um arquivo
intermitente]*


Exposição no *Centro Cultural Vila Flor *(CCVF) em Guimarães,
entre 17 de Outubro de 2015 e *30 de Janeiro de 2016*



Uma exposição individual que apresenta uma antologia das obras da série S
de Saudade iniciada em 2007, que resulta de uma análise crítica do período
do Estado Novo.


A revista online Contemporânea - publicou um extenso artigo sobre a série S
de Saudade e sobre a exposição, que para além de fotografias de obras
anteriores desta série e de fotografias da actual exposição é composto por
um novo texto de David Santos, e onde está integrado um vídeo/entrevista de
25 minutos realizado no espaço da exposição.

link revista > *http://contemporanea.pt/JANEIRO2016/paulomendes/
<http://contemporanea.pt/JANEIRO2016/paulomendes/>*

link video/entrevista > http://contemporanea.pt/JANEIRO2016/20/

>>>

info geral > http://www.ccvf.pt/

info geral >
https://www.facebook.com/events/1388029784831742/1388094694825251/






*S de Saudade, perfilados de medo [instalação antológica de um arquivo
intermitente]*


 “Só temos o passado à nossa disposição. É com ele que imaginamos o futuro.”
Eduardo Lourenço, 1997

“O tempo passa e os ditadores morrem.
O tempo passa e as pessoas esquecem.
O tempo passa e o esquecimento transforma-se em amnésia.
Os trabalhos desta série relacionam-se com as formas, os meios e os
métodos, as imagens e as suas histórias e concepções que se transformaram
num “património” comum. A perda da memória individual e a perda de memória
colectiva do país. Ultrapassada pelo avanço da história, a iconografia e as
representações do período do Estado Novo, estão agora armazenadas em
esquecidos acervos de museu, depositadas em poeirentas caves ou em arquivos
esquecidos de televisão, como adereços ou fragmentos de uma peça fora de
cena.
Numa sociedade de brandos costumes, este lento apagar da memória
corresponde a uma amnésia colectiva.”

P.M.2015

_



“O trabalho de Paulo Mendes especula sobre o desassossego de uma presença
post-mortem. No propósito de questionamento crítico sobre os efeitos
traumáticos de um regime, o artista junta diferentes elementos visuais,
numa disposição visionária e parcelar, reativando o que historicamente
sucumbiu à vulgaridade e indiferença.

 “Quando um ditador delirante tem condições para realizar socialmente o seu
delírio, não vai para o manicómio, mas é a sociedade que se torna
manicómio, às vezes quase imperceptivelmente”, refere José Gil refere, in *Em
Busca de Identidade*, *o desnorte*.

A exposição sugere um espaço fechado, durante décadas selado, no qual o
“Senhor S” emerge como repositório de atos cruéis. Misturados com as peças,
os objetos de uso comum, abandonados, esquecidos e dispostos ao acaso,
evocam a paisagem cultural da personagem fantasmática; constituindo um
peculiar sistema de sinais, põe a nu o jogo semântico entre objetos e
elementos visuais, aos quais um código intuitivo extralinguístico atribui
uma espécie de “iluminação” historicista e ficcional. Assim, a cada
significado correspondem múltiplas hipóteses de iluminação, pelas
evocações, alusões, simulações imaginosas na cor ou fragrância de um
pensamento. Segundo George Steiner, em* Extraterritorial* “Observar é
transformar; definir e compreender, ainda que nos termos mais neutros e
abstractos, significa integrar as evidências numa matriz particular de
escolhas humanas, de imagens e de reflexos simbólicos.”


Neste “armazém de memórias”, o escape ficcional da experiência subjetiva
traduz uma fuga momentânea ao que é óbvio, pobre e homogéneo - fundamentos
do pensamento único e monolítico. Envolvido pelos seus distintos traços
expressivos, condenado a uma solidão asfixiante no labirinto de artefactos
epocais, o “Senhor S” enceta uma segunda vida, induzindo uma dialética
sensorial de índole surrealista, ancorada numa ironia trágica que reveste a
mensagem de grotesco e absurdo.

A ditadura que revive a sua história num depósito de velharias, embora em
imobilidade comatosa, ameaça ressurgir do fundo obscuro de todos os
esquecimentos. O caos e a desordem instalados invocam a perseguição aos
livres percursos do pensamento; o controlo e deturpação da linguagem; a
injustiça; a censura; a decadência; o excesso de burocracia e papelada; a
histeria agitadora das velhas proclamações nacionalistas e patrióticas,
assim como a reescrita da história em delirante ficção. As inúmeras
variáveis formais, combinações visuais, associações ou substituições entre
programa político e realidade, testemunham o irresolúvel interface duma
crise civilizacional.

O “S” inicial indica, sigla, abreviatura, ou súmula apriorística de uma
tutela paternalista que semeou medos e inseguranças. Líder do aparelho,
atirou os cidadãos para uma zona cinzenta de indiferenciação individual e
ideológica, sem nome nem identificação, porque lhes sonegou o passado,
formatando-lhes um futuro. O projeto totalitário sobrepõe-se à imaginação,
enquanto a memória é constantemente manipulada. A letra “S” assume várias
conotações rebarbativas: veda o caminho ao conhecimento tornando os factos
absolutos; estigmatiza os elementos estranhos ao sistema; rasura e apaga
nomes, atos e pensamentos dos mortos indesejáveis; obriga os habitantes a
viverem numa comunidade sem ecos e a acatarem incondicionalmente a
disciplina do chefe, … para, no comodismo amorfo, garantirem uma
sobrevivência sem problemas.

Enquanto a descrença nos valores humanistas e a desilusão da democracia
liberal fizerem emergir respostas saudosistas e sinais de intolerância,
como forma de protesto, o “Senhor S” tem o seu lugar assegurado.


Inquieto e angustiado pelos fantasmas da violência que o perseguem, o
público é empurrado para um campo imaginativo de referentes totalitários,
prontos a eclodir a qualquer instante - perante o “Senhor S”, transparentes
e semelhantes, todos são alvos.


Este corpo de trabalho tanto espelha um sentimento de desconfiança face a
todas as formas de expressão como de desilusão relativamente à esperança de
refazer a condição humana em novos moldes – a desagregação do conceito de
vida boa, criado pelos filósofos da antiguidade clássica, tem vindo a
acelerar desde a primeira Grande Guerra.

Esta experiência artística explora a contradição do potencial semiótico de
qualquer objeto, frase, ou imagem. Recriada nas suas ambiguidades,
repetições, metamorfoses, ressonâncias... o equilíbrio ou alienação, a
dinâmica ou inércia, a harmonia ou contradição, devem respeitar-se para que
a linguagem reencontre “os encantos da obscuridade”...”


Ivo Martins 2015 / CCVF








*S de Saudade, perfilados de medo [instalação antológica de um arquivo
intermitente]*Exposição no Centro Cultural Vila Flor (CCVF) em Guimarães _
entre 17 de Outubro de 2015 e 30 de Janeiro de 2016
terça a sábado _ 09:30h _ 13:00h e das 14:30h _ 19:00h

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de um arquivo intermitente] *> http://www.ccvf.pt


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