[ARENA] PEDRO CABRAL SANTO • RUI SANCHES • SUSANA DE MEDEIROS • TIAGO BATISTA • XANA • GALERIA TREM • FARO

Edgar Massul edmac mac.com
Segunda-Feira, 19 de Janeiro de 2015 - 12:33:16 WET



Galeria Trem





PEDRO CABRAL SANTO • RUI SANCHES • SUSANA DE MEDEIROS • TIAGO BATISTA • XANA
3285 dias
22 de Janeiro - 04 de Abril, 2015
January 22 - April 04, 2015
inauguração | opening: 
quinta feira, 22 de Janeiro, 19h
thursday, January 22, 7pm
Galeria Trem
Rua do TREM, n.º 5, 
8000 Faro
Portugal
Terça-feira a Sábado 11h30 às 19h
Tuesday - Saturday 11:30am - 7pm
Telf.: 289 804 197
http://www.cm-faro.pt
ENTRADA LIVRE | FREE ADMISSION

Eu pareço ter nascido para não aceitar as coisas tal como me são dadas.
Julio Cortázar

Para que serve a arte? Para que serve, dentro da Contemporaneidade, um curso de Artes Visuais? São perguntas que respondemos diariamente nas aulas que damos aos futuros artistas, aos curiosos, aos que ainda sonham, aos que se juntam a nós. Respondemos a estas perguntas há 3285 dias, 9 anos, desde a criação da licenciatura de Artes Visuais na Universidade do Algarve. O ensino torna-se, a cada dia, mais burocrático e reificado. Ensina-se para que alguém, ao final de um curso superior, tenha um emprego. Não se ensina porque se quer aprender, porque se pretende partilhar, porque a sede de conhecimento é inesgotável. O espaço do saber, a Universidade, não pode mais ser o espaço do sabor – da paixão e do deleite pela aprendizagem livre de determinismos. E foi contra esta tendência que surgiu o curso de Artes Visuais: ensinamos pelo prazer de ensinar, pela necessidade de partilha, pelo desejo de conhecimento. Os nossos alunos são aqueles que se insurgem contra determinismos e formatações. Porque são artistas e os artistas não se constroem, nascem feitos. E procuram-nos porque têm sede de aprofundar o que sabem, porque há técnicas que não dominam, porque o processo do conhecimento, e do crescimento do artista, é infinito. Quando ele achar que sabe tudo, está morto. Neste sentido a Universidade do Algarve deu-nos autonomia para convidar artistas, que também são professores, a trabalhar connosco. Há uma grande diferença entre um professor/artista e um artista/professor: o motor do segundo é sempre a arte, e o ensino decorre do seu processo de investigação artística, de experimentações, de escolhas. Decorre da sua coragem em expor-se e revelar-se ao mundo, expondo-se também às críticas e ao embate. Os artistas professores da nossa licenciatura decidiram homenagear, com esta exposição, um curso que é, na verdade, um percurso que se trilha ao lado dos alunos e por eles. Escolheram apresentar desenhos, que é um traço que comungam enquanto criadores: uns mais que outros. O desenho é o princípio, mas pode também ser o fim. Há aqueles que o usam como rascunho, como projeto, como um vir-a-ser. Enquanto para outros o desenho é um fim em si mesmo, basta-se enquanto arte. O desenho, para os menos ortodoxos, está em todo o lado, mesmo nalgumas esculturas que traçam no espaço linhas retas, curvas e pontos. Desenha-se com lápis, com carvão, com tinta, com qualquer coisa que se tenha à mão e que responda à ideia do artista sobre o que deseja criar. Desenha-se ainda com o vazio à volta do traço, com aquilo que não se vê mas que está ali e que ajuda a compor a obra. Pedro Cabral Santo, Rui Sanches, Susana de Medeiros, Tiago Batista e Xana são artistas de variados instrumentos. Dedicaram-se, nesta exposição, a confluir os seus saberes numa técnica que é basilar em qualquer curso de artes. Começa-se, ou termina-se, pelo desenho.
Passados 3285 dias, continuam a perguntar-nos: a arte ensina-se? Ou aprende-se? Para que serve a arte? Para tentar acompanhar aqueles que comungam, com o escritor argentino Julio Cortázar, a mesma angústia: “desde muito pequeno, minha infelicidade, e ao mesmo tempo minha felicidade, foi não aceitar as coisas com facilidade. Não me 
bastava que explicassem ou afirmassem algo. Para mim, ao contrário, em 
cada palavra ou objeto começava um itinerário misterioso que às vezes me 
esclarecia e às vezes chegava a me estilhaçar." A arte é a capacidade de trilhar itinerários, de ver o que lá está e o que falta. De se inquietar. E é esta inquietação que nos move há 3285 dias. 

Mirian Tavares
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