[ARENA] Elsevier Publishing Boycott

André Rangel a 3kta.net
Quinta-Feira, 16 de Fevereiro de 2012 - 19:04:56 WET


Susana,

Subscrevo as tua palavras.

Estou meio fora da discussão porque estou em Almeria numa conferência interessante e ainda tenho de preparar um Keynote (para depois de amanhã) que não trouxe desenhado da Invicta.

Mas aproveito para comentar algo de um e-mail anterior do Ricardo

On Feb 14, 2012, at 6:02 PM, Ricardo Reis wrote:

> A mim faz-me espécie quando ouço investigadores de certas áreas dizerem que o que estudam só pode ser publicado em português porque é "intraduzível". Ie, quando se recusam a ser sujeitos à crítica dos seus pares lá fora. E essa atitude é, nas ciências sociais, ainda muito prevalente no nosso país. Depois há o caso dos que engordam currículos fazendo a auto-publicação... mas esse é um fenómeno que vai aumentar cada vez mais com acesso a Digital Printing on Demand.


Conheci o termo intraduzível pelo Dr. Paulo Lima Santos que, bem ou mal, traduziu a obra 'Planeta Darwin' 'Edição das obras completas de Charles Darwin, num total de 15 títulos' (http://ordembiologos.pt/Outros.html). O Paulo considera que apesar de raros existem termos ou palavras intraduzíveis. Ainda hoje durante uma das conferências, dizia o alemão Hinderk Emrich que não conseguia traduzir para Inglês um termo ... Geist(qualquer coisa) queria ele dizer trabalho da mente. Claro que de palavras a termos intraduzíveis à totalidade de um estudo vai uma extrema diferença;)

Claro que compreendo que te faça 'espécie quando' ouves 'investigadores de certas áreas dizerem que o que estudam só pode ser publicado em português'. Há aqui uma única palavra a fazer-me 'espécie' que é a palavra 'só'. Não tenho nada contra o pessoal querer publicar em Português ou querer publicar primeiro em Português, pelo contrário, mas uma tradução para outra língua também não custa nada e só leva o (Autor) Português mais longe e a mais gente. Português sim, só Português também não.

Quanto à auto-publicação, não percebi se isso também te faz 'espécie'?! Para mim publicar é tornar público. Seja na porta da casa de banho do café, numa página web, num fanzine, num palco ou nuns 'proceedings xpto'. Haverá mesmo ideias publicadas nas paredes das casas de banho de cafés, em troncos de árvores ou em morais que se propagam muito melhor do que outras publicadas em Livros da MIT press. É óbvio que cada publicação vale o que vale mas pessoalmente não tenho preconceitos.

A gordura de certos currículos a mim também não preocupa porque gosto de desengordurar a vida;) É como não comer MacDonalds. No ultimo e-mail referi o fachola do John Gero que é só: 'author or editor of 50 books and over 600 papers and book chapters in the fields of design science, design computing, artificial intelligence, computer-aided design, design cognition and cognitive science.', que mesmo assim não me convence!  mas convence departamento de defesa do Capitão América aconselhando-os fazerem melhores Desenhos, género máquinas de matar e assim :)

Saudações,

André



 
On Feb 16, 2012, at 4:10 PM, susana mendes silva wrote:

> Diniz Cayolla Ribeiro wrote:
> "Um artista que queria fazer carreira académica e/ou investigação no campo da arte não precisa de ser original em termos artísticos, apenas original e rigoroso em termos académicos."
> 
> 
> Diniz,
> não concordo com a tua afirmação, uma vez que os doutoramentos pela prática, na área das artes visuais, dança, teatro, etc. trazem novos desafios ao panorama da investigação e da academia.
> Se um artista que deseja prosseguir os seus estudos neste novo formato terá obrigatoriamente que possuir uma obra original. Não lhe basta ser original e rigoroso em termos académicos.
> Como Henk Slager afirma:
> 
> After all art does not strive from generalization, repeatability, and quantification. Rather, art is directed towards unique, qualitative, particular and local knowledge. In that respect, artistic activities still seem to perfectly match Baumgarten's classic definition of the aesthetic domain, where knowledge is described as a knowledge of the singular. (...) In contrast to academic-scientific research emphasizing the generation of "expert knowledge," the domain of art seems rather to express a form of experience-based knowledge.[1]
> Assim a investigação artística, ao contrário de outros modelos académicos de investigação, é um conhecimento baseado na experiência, na prática desenvolvida pelo artista. Esta prática é singular, única e particular e como tal não pode ser transmitida por modelos que não se adequam à sua própria natureza.
> 
> 
> 
> 
> 
> 
> 
> Para ler+
> Artists with PhDs: on the new doctoral degree in studio art, Washington, New Academia Publishing, 2009
> www.kuva.fi/attachments/the_artists_knowledge_2.pdf
> http://www.virose.pt/ml/textos/ensino_art.html
> 
> 
> 
> 
> [1] - Henk Slager, "Art and Method", in Artists with PhDs: on the new doctoral degree in studio art, Washington, New Academia Publishing, 2009, p. 52.
> 
> 
> _______________________________________________
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