[ARENA] WAR TOY ON MY WAR: ANTI-MONUMENT
Alexandre A.R. Costa
directoriman gmail.com
Segunda-Feira, 17 de Maio de 2010 - 10:23:05 WEST
Olá a todos:
A partir do convite que a Amnistia me dirigiu, vai surgir [com
Inauguração a 21 de Maio - próxima 6º feira] o 1º Anti-Monumento à
Guerra a nível Mundial a partir de uma acção concertada com mais de
4000 crianças e jovens, coordenada por Vitória Triães - Amnistia
Internacional Portugal.
Na expectativa que atribuam importância a esta questão, segue
informação abaixo.
Abraços,
Alexandre A. R. Costa
--
SITE http://alexandrearcosta.com
E-MAIL alexcosgus gmail.com
MOBILE <00351> 936 358 743
CURRENT ADDRESS Spain
Scholarship for PhD by F.C.T.
--
[Anti-monument, Exhibition, Intervention, Performance, 2010]:
War Toy On My War: The story of an anti-monument.
Alexandre A. R. Costa [working with Jorge F. Santos collaboration]
@ "Parque da Juventude" and surrounding areas, Vila Nova de Famalicão
- Portugal.
COMMISSIONED BY Amnistia Internacional Portugal / Amnistia
Internacional Portugal - Núcleo de crianças - Vila Nova de Famalicão &
Casa da Cultura/Município de Vila Nova de Famalicão - Portugal.
sinopse:
“INSPIRADO NUM PAIOL DE MUNIÇÕES E CONVERTENDO SUBVERSIVAMENTE ESSE
ESPAÇO (QUE TEM A FUNÇÃO DE GUARDAR ARMAMENTO) NUM ESPAÇO EXPOSITIVO,
SURGE ESTE AUTÊNTICO MINI-MUSEU DE OBJECTOS BÉLICOS DESTRUÍDOS.
O ANTI-MONUMENTO À GUERRA É UMA OBRA QUE NOS TRANSPOSTA À PRODUÇÃO DE
SENTIDO CRÍTICO SOBRE UMA DETERMINADA SOCIEDADE QUE PRODUZ ARTEFACTOS
BÉLICOS, PARA ADULTOS E CRIANÇAS. A MESMA QUE ASSENTA EM PRESSUPOSTOS
E HÁBITOS CONSUMISTAS, NOS QUAIS AS CRIANÇAS SÃO APANHADAS EM PLENO
JOGO DE SEDUÇÃO CRUEL E INCITAMENTO À VIOLÊNCIA.” ALEXANDRE A. R. COSTA
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PROGRAMA
DIA 20.05.2010 [QUINTA-FEIRA]
15h30 - Início da Acção «War Toy On My War: The story of an anti-
monument» com diversos Workshops onde são exploradas metodologias
artísticas de desmontagem, destruição de brinquedos bélicos.
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16h15 - Degustação de um brinquedo bélicos em versão "doce".
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17h - Performance "Cilindro 1,38mt de rolo, 4ton de peso em operação".
Rua Padre Benjamim Salgado (entre o Parque da Juventude e a Escola
Secundária Camilo Castelo Branco).
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17h30 - Recolha, transporte e depósito da fragmentação de brinquedos
bélicos junto da obra/Anti-Monumento à Guerra.
DIA 21.05.2010 [SEXTA-FEIRA]
17h50 - Inauguração da obra/Anti-Monumento à Guerra.
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23h - Visita nocturna à obra/Anti-Monumento à Guerra.
Parque da Juventude - Vila Nova de Famalicão
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Text for Press:
«War Toy On My War: The story of an anti-monument»
Por Vitória Triães a partir de uma entrevista a Alexandre A. R. Costa,
Abril de 2010
No ano lectivo 2009/2010, a autarquia famalicense abraça a proposta do
Núcleo de Crianças da Amnistia Internacional Portugal para integrar
dentro da panóplia de actividades que oferece aos estabelecimentos de
ensino do concelho, o dossier: “Educar para os direitos Humanos”,
tornando-se assim pioneira numa parceria deste tipo.
Em torno de um desassossego profundo, confrontado com a ramificação da
violência pelo mundo, a campanha levada a cabo pelo Núcleo de Crianças
da Amnistia Internacional – Portugal, sedeada em Vila Nova de
Famalicão, em parceria com o Departamento de Cultura, Turismo e
Freguesias do Município de Vila Nova de Famalicão, fez nascer o
projecto artístico de Alexandre A. R. Costa com a colaboração de Jorge
F. Santos: o “Anti Monumento à Guerra”.
É que fazendo parte integrante do dossier trabalhado com mais de 4000
crianças e jovens encontrava-se a campanha: “A guerra não é um
brinquedo”. Paulo Cunha, Vereador dos Pelouros da Cultura, Turismo e
Freguesias abraçou esta iniciativa sendo um forte alicerce para a sua
concretização.
O projecto que Vitória Triães, elemento do Departamento da Cultura e
coordenadora do Núcleo de Crianças da Amnistia Internacional Portugal,
se propôs a divulgar, nas escolas, assentou na forma como os
brinquedos bélicos afectam negativamente o crescimento das crianças
que deles fazem uso.
A estratégia utilizada passou pelo recurso às Crianças Soldado, uma
realidade em países como a Serra Leoa, a República Democrática do
Congo e a Libéria. Procurou-se levar à comunidade educativa e ao seio
familiar a discussão e reflexão sobre o tema da violência e uso de
armas; difundir a mensagem de que “A guerra não é um brinquedo”,
incentivando os pais a não oferecerem brinquedos bélicos aos seus
filhos; realçar o importante papel das comunidades educativas e da
família na transmissão de valores de respeito e solidariedade às
crianças; consciencializar, através da reflexão, do papel que os
brinquedos desempenham no desenvolvimento da criança e na construção
da sua personalidade; proporcionar às famílias e às crianças um papel
interventivo na prevenção da violência armada, através da participação
na construção de uma escultura pela Paz sensibilizando o grande
público para a mesma questão, através da construção de uma escultura
simbólica pela paz.
A intenção da activista, apoiada inteiramente pelo Vereador Paulo
Cunha, foi a de minimizar a violência ao incentivar as crianças a
participarem activamente na campanha entregando os brinquedos bélicos
que possuíam contribuindo, deste modo, para a concretização do “Anti
Monumento à Guerra”.
No âmbito da comemoração dos 50 anos da Declaração dos Direitos da
Criança e dos 20 anos da Convenção sobre os Direitos da Criança (20 de
Novembro de 2009 a 20 de Novembro de 2010), é criado no Parque da
Juventude de Vila Nova de Famalicão o 1º Anti Monumento à Guerra
Europeu.
A este evento associa-se a Plataforma comemorativa do referido
aniversário, cuja missão visa especificamente o fomento de uma nova
cultura da criança fundada no seu reconhecimento como sujeito de
direito. Integram-na: Amnistia Internacional Portugal, Assistência
Médica Internacional (AMI), Associação Portuguesa de Apoio à Vítima
(APAV), Cruz Vermelha Portuguesa, Comissão Nacional de Protecção das
Crianças e Jovens em Risco (CNPCJR), Instituto de Apoio à Criança
(IAC), Fundação do Gil, Fundação Pro Dignitate, Oikos - Cooperação e
Desenvolvimento, Instituto Português da Juventude (IPJ) e Associação
Margens.
Processo Artístico
«War Toy On My War: The story of an anti-monument» é um projecto que
se desdobra em mais do que uma linguagem artística, poderemos ponderar
a presença da instalação e da performance, com a característica de
estas se inscreverem num território onde a autoria da obra é dissipada
e onde se evoca a participação e colaboração de vários elementos que
não apenas o(s) próprio(s) artista(s). "Processo", "Sistema",
"Dissipação", são conceitos essenciais para se encarar o "Anti-
Monumento" público à Guerra, que acaba por ser (de toda a prática
artística que aqui explorada) o resultado mais físico ou concreto, ou
mesmo, de acesso mais facilitado (quanto à sua visualização), pois
ficará a partir do dia 21 de Maio de 2010, instalado em pleno Parque
da Juventude da Cidade de Vila Nova de Famalicão.
Este projecto artístico é também uma reflexão crítica sobre uma
sociedade que produz artefactos bélicos, para adultos e... para
crianças. É uma reflexão crítica sobre uma sociedade que assenta em
pressupostos e hábitos consumistas, nos quais as crianças são
apanhadas em pleno jogo de sedução cruel e incitamento à violência.
A partir de questões como estas, do recurso a brinquedos bélicos e de
todo um sistema complexo onde a arte acaba por se ver confrontada, no
seu próprio território mais específico contemporâneo com tudo isto, o
projecto «War Toy On My War: The story of an anti-monument» apresenta-
se como um processo crítico, dinâmico e questionador da própria
vontade e determinação do ser humano/social...
É portanto interessante perceber o perfil artístico de quem desenvolve
este projecto:
- A prática artística contemporânea de Alexandre A. R. Costa, vem-se
revelando pela sua própria indefinição enquanto "presença"... o
artista vê a arte e a sua prática como um sistema aberto, dinâmico e
complexo, num terreno processual e recorrendo a cruzamentos entre
prática e teoria, nomeadamente filosofia e ciência (teorias do caos),
ou ainda evocando uma prática mista com o comissariado. Veja-se por
exemplo a sua última exposição individual "...nice to see you Ms.
Hollow" na qual A. R. Costa convida para um sub-projecto dessa
exposição: "que podes fazer perante o desaparecimento da utopia?",
treze artistas de três países, numa inédita instalação em água, e na
qual os artistas convidados a colaborar percebiam que tinham deixado
de ter terreno firme para expor as suas obras... Como é de
conhecimento público (com incidência do mais especializado) Alexandre
A. R. Costa desenvolve também enquanto director de projectos
artísticos/culturais e comissário nas áreas da arte contemporânea, um
trajecto muito particular, interessante e deveras importante, sendo
responsável por muita da dinâmica e agitação programática em várias
cidades, como o Porto, Famalicão ou mesmo cidades fora de Portugal.
Poder-se-á dizer que é um dos nomes mais importantes da sua geração,
nomeadamente daquele universo dos "artistas-comissários",
interventivos, que se preocupam pela autonomização da sua prática
artística e do próprio artista, dos seus circuitos de produção e
difusão, da dinamização de espaços, etc... entre outros podemos
lembrar alguns que se inscrevem neste grupo onde A. R. Costa também
tem lugar: Pedro Cabral Santo, Paulo Mendes, Manuel Santos Maia, Rita
Castro Neves, André Sousa, Miguel Seabra, António Jorge Quadros, Jorge
Fernando dos Santos, Eduardo Matos, Catarina Felgueiras, Mafalda
Santos, Susana Chiocca, Isabel Ribeiro, Inês Moreira, Carla Filipe,
Nuno Ramalho, Miguel Carneiro, Isabel Carvalho, João Sousa Cardoso,
António Lago, Jonathan Saldanha, Carla Cruz, Pedro Nora, João
Marrucho, Mauro Cerqueira, Marco Mendes, etc.
Neste projecto Alexandre A. R. Costa encontra aqui a possibilidade de
se colocar em confronto com a questão da "monumentalidade", ou a
"ideia" de monumentalidade... Percebendo-se que no seu processo
prático e exercício imaginativo, ele vê motivos para a interrogação e
experimentação permanente a partir da própria problemática da
emergência e do sentido de determinação da obra, o "monumento" é um
desafio a "desmontar".
No caso de Jorge F. Santos, poderemos dizer que é um artista com uma
tendência performativa,
intuitiva e de pouco discurso teórico...é sobretudo um artista de
acção, e poderíamos dizer que a sua prática artística assenta em
motivações provenientes do nomadismo, do ritual, com fortes
influências de todo aquele universo xamânico ameríndio. A vídeo-
performance é uma das suas linguagens preferidas a par da sua prática
em participações com o colectivo Fictionary Players (Alexandre A. R.
Costa, Jorge F. Santos, Miguel Seabra e Hugo Brito). É também um dos
fundadores no Porto em 2001, do projecto programático Artemosferas, e
do Espaço Artes Múltiplas I.A.C., conjuntamente com Alexandre A. R.
Costa, António Jorge Quadros ou Miguel Seabra entre outros.
São vários os media utilizados neste projecto «War Toy On My War: The
story of an anti-monument», com predominância dos brinquedos bélicos
recolhidos com a colaboração de várias escolas e dos seus professores,
alunos, funcionários. A confecção de "material bélico comestível" que
fará parte de uma das performances colectivas, será um dos "media" que
os artistas vão recorrer em colaboração com uma equipa de produção
proveniente de vários organismos, como a própria Amnistia
Internacional ou a Câmara Municipal.
No decurso da acção que se irá levar a cabo no dia 20 e 21 de Maio,
(ver programa p.fv.), são explorados conceitos como "dissipação" ou
"instabilidade", que tendem a organizar um sistema que se vai
"desenhando" paradoxalmente entre a entropia e uma figura
progressivamente autonomizada... até ao momento no qual o resultado
"estético" é assumido no dia 21, e a partir do qual poderá desenvolver-
se uma publicação de todo o processo.
-------------- próxima parte ----------
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