[ARENA] Tão estúpidos que eles são!!!!

joão BAETA joaobaeta gmail.com
Quinta-Feira, 23 de Dezembro de 2010 - 15:17:38 WET


>
> Nada melhor do que a parábola dos cegos de Bruguel, para comentar esta
> discussão,
> http://www.ricci-art.net/img001/515.jpg
> Talvez alguém nesta demência atroz, transforme esta viagem, numa
> caricatura, em produto turístico,  em evento ou iniciativa das indústrias
> criativas!
>
> A arte desde que o momento em homem se ergueu e pode locomover na vertical,
> antes de utilizar a  matéria,  a arte fez-se da matéria mais elementar, o
> pensamento.
> Parece no entanto para uma maioria crescente, que hoje é algo dispensável.
>  Perde-se tempo útil, pensam, com a supérflua cultura.
>
> É a perspectiva economizante, a falar, a ignorar que a cultura é a nossa
> inscrição no nosso tempo, nossa história, se faz do presente. Se faz no
> decorrer do trabalho.
> A autoridade regularmente está associado ao poder, que por sua vez
> habitualmente vive no centro da plena ignorância. O poder é cego.
>
>
> Podemos intervir nas decisões politicas, através das estruturas que nos
> representam. Mas hoje apenas uma minoria efectivamente o faz. A maioria
> delegou a sua vontade a uma minoria, não votando, votando em branco,
> criticando apenas nestes corredores ( a net) em vez de agir. Qual seria a
> razão do Velho do Restelo?
>
> Já ninguém quer partir deliciosamente a loiça.
> Caminha-se em cima de ovos... Quer a maioria dar-se bem com Deus e o
> Diabo...
> Vive-se na mediocridade. Elogia-se o imbecil.
>
> É irregular um ministério da cultura decidir o que é arte, mas um
> ministério da economia? Ter o poder legislativo ou judicial a fazê-lo, é
> pura e simplesmente perverter e eliminar da nossa memória todos os conceitos
> estéticos, de  Kant a Foucault.
> Ou perder a identidade e liberdade dos estados soberanos.
> A comissão europeia, funciona hoje como como
> uma administração de condomínio, onde o vizinho mais rico e com mais olho, é
> o administrador. Decide a vida de todos e intromete-se no modo como cada um
> gere o seu rendimento, ou como pode se expressar...
> No entanto apesar dessa invasão da sua individualidade, todos são
> subjugados por suas regras, sentem-se incapazes de responder ou arranjar uma
> solução melhor.
>
>
>
> joão Baeta
>
> No dia 23 de Dezembro de 2010 11:04, susana mendes silva <
> susana.mendes.silva  gmail.com> escreveu:
>
> O problema central é uma questão de *autoridade*.
>> Quem é que pode decidir ou não o que é um objecto artístico. E esta
>> decisão anula a "autoridade"  em primeiro lugar dos artistas e depois da
>> comunidade artística em geral.
>> A operação "gadanhiana" - a obra de arte volta a ser apenas o material
>> quotidiano com que é construída e é isso que se declara - propõe subverter a
>> decisão do tribunal. O problema é que o objecto em causa - que já não é um
>> objecto artístico segundo a UE - continua a ter o mesmo valor de transacção
>> e de seguro. E é o valor enquanto obra de arte que vai ser ser taxado.
>> Há aqui, parece-me, uma total incoerência: formal e legal.
>>
>> para aqueles que ainda não leram o artigo do guardian que o fernando
>> refere, aqui vai:
>> http://www.guardian.co.uk/artanddesign/2010/dec/20/art-dan-flavin-light-eu
>>
>>
>>   susana mendes silva
>> www.susanamendessilva.com
>> susana.mendes.silva  gmail.com
>> skype: susana_mendes_silva
>> +351 917218012
>>
>>
>>
>>
>>
>>
>>
>>
>> On 22 Dec 2010, at 22:15, miguel leal wrote:
>>
>>
>>
>> A pior coisa que se pode fazer numa discussão deste tipo é confundir a
>> parte com o todo... No resto só me posso rir (e chorar) com a estupidez de
>> tudo isto. Razão tem é o Pedro Gadanho :-)
>>
>> And believe me, worst days will come...
>>
>> abs
>>
>> ml
>>
>>
>>
>> On 22Dec2010, at 5:21 PM, rroque  renatoroque.com wrote:
>>
>> Assustar não assusta, mas se pensarmos nos muitos milhões envolvidos
>> nalguma dessa arte é muito forçado falar  de "áreas de actividade mais
>> frágeis ou que precisam de ser indirectamente apoiadas". Isto
>> independentemente da estupidez economicista.
>>
>>
>> Abç
>>
>>
>> Renato Roque
>>
>>
>>  Renato Roque
>>
>>
>> On 12/22/2010 12:52 PM, Dinis Santos wrote:
>>
>> Considerar uma obra do dan flavin ou outra obra de um desses sonantes
>> "áreas de actividade mais frágeis ou que precisam de ser indirectamente
>> apoiadas" assusta-me. Preferia que a aquisição de uma dessas obras fosse
>> fortemente taxada e que parte desse imposto servisse para apoiar as tais
>> referidas áreas.
>>
>>
>> "Better days will come" ;)
>>
>>
>> 2010/12/22 miguel leal <ml  virose.pt>
>>
>> Caro Ricardo,
>>
>>
>> As taxas de IVA têm pouco a ver com uma definição prévia daquilo que é
>> mais ou menos essencial para a nossa sobrevivência, até porque se o
>> argumento fosse esse ficávamos como o Thoreau no  meio do bosque: o amor,
>> uma cabana e uma cana de pesca. As taxas fiscais ditas *reduzidas* servem
>> tanto para não onerar bens considerados essenciais como para proteger áreas
>> de actividade mais frágeis ou que precisam de ser indirectamente apoiadas.
>> Estas decisões são sempre políticas e permitem-nos avaliar, como faz notar o
>> título da mensagem que deu origem a esta discussão, o grau de estupidez dos
>> nossos governantes.
>>
>> A esse propósito, lembro-me sempre da infeliz frase de um político
>> português que disse, glosando Joseph Goebbles e a famosa tirada do produtor
>> cínico em 'Le Mépris' de J. L. Godard: 'Sempre que ouço a palavra cultura
>> puxo do livro de cheques'...
>>
>>
>>
>> 'Worst days will come'
>>
>>
>>
>> abs
>>
>>
>>
>> ml
>>
>>
>>
>>
>>
>>
>>
>>
>>
>>
>> On 22Dec2010, at 8:48 AM, Ricardo Reis wrote:
>>
>>
>> On Wed, 22 Dec 2010, xana.tv wrote:
>>
>>
>> A Arte é taxada a 5% na Comunidade Europeia ( IVA) porque é um bem
>> cultural
>>
>> que precisa de ser protegido (como os livros), porque é essencial !...
>> para
>>
>> nos mantermos seres racionais !!!
>>
>>
>> Será que Ricardo Reis quer que os artistas não sejam profissionais... ou
>>
>> será que há na sua argumentação o preconceito  que arte não é CONHECIMENTO
>> ?
>>
>> Como os outros criadores de saber os artistas produzem CONHECIMENTO que
>> numa
>>
>> sociedade capitalista tem valor no mercado. E esse produto precisa de ser
>>
>> protegido e ser acessível à população em geral (por isso tem uma taxa mais
>>
>> baixa)  ... repito: porque é essencial para a nossa sobrevivência como
>> seres
>>
>> racionais/criativos.
>>
>>
>> A questão não é se a arte é necessária para "nos mantermos seres
>> racionais" (algo aberto a discussão. O exercício da criatividade e
>> manipulação de conceitos sim, isso convence-me.).
>>
>>
>> E também não disse que a arte não é conhecimento. De facto existe um nível
>> a partir do qual, para fruir da obra de arte, é preciso um grande lastro
>> cutural e de conhecimento prévio, assim como a possesão de ferramentas de
>> manipulação de conceitos algo sofisticadas. Idem para a sua criação, o mais
>> das vezes não cria quem quer, mas sim quem pode.
>>
>>
>> Dito isto... eu sei que esta lista acolhe artistas e muitos destes vivem
>> devido à arte que fazem. Tal, por si só, cria um viés na abordagem ao
>> problema.
>>
>>
>> O que eu de facto disse é que existe arte suficiente no mundo para não
>> requerer os tais 5%. E também vos digo (provem-me o contrário) que
>> independentemente de 5,10,20 ou 50% haverá sempre quem crie e alimente a
>> sociedade de arte. E também digo que colocar a arte no patamar da comida que
>> tem de se pôr no prato, a nível de importância, é uma decisão de quem está
>> para além das primeiras necessidades. Como eu disse, sem comer nem beber
>> morre-se, é binário. Sem adquirir obras de arte continua-se a viver e,
>> estranhamente, até se vive bem porque, como disse, há muita arte por aí.
>> Vê-se que o exercício da criatividade humana é algo quasi-imparável.
>>
>>
>> Consigo aceitar os tais 5% com outro tipos de justificação. Não porque a
>> "arte" é um bem essencial (e depois, quem decide o que é "arte"? os senhores
>> da alfândega?) mas sim porque a produção de obras de arte cada vez mais
>> complexas, que de facto exigem um trabalho prévio árduo de manipulação de
>> conhecimento, precisa de ser protegido certa forma ao não encontrar um
>> ambiente a isso conducente no mundo exterior. No fundo, se não há uma falta
>> genéria de "arte" haverá sim uma produção mais escassa de obras mais
>> complexas que de facto são desejadas. Mas repare-se também que para usufruir
>> dessas obras se exige, a maior parte das vezes, ao público uma cultura e
>> conhecimentos prévios que não estão ao alcance de todos, mercê da sua
>> experiẽncia de vida, percurso socio-económico. E portanto, desse lado, pode
>> ser questionável a atribuição desse previlégio.
>>
>>
>> Quase toda a gente pode apreciar um bife, masnem todos entendem ou se
>> elevam com uma obra de arte contemporânea. Wonder why?
>>
>>
>> Daí a minha asserção, 5% para as ferramentas (aquelas que possibilitam ao
>> espírito elevar-se com a arte) e o normal para as obras de arte em si.
>> Porque, veja-se também, se a minha capacidade de apreender e apreciar
>> aumenta, o valor que eu dou às obras de arte também aumenta e as
>> "facilidades" dos tais 5% diluem-se e deixam de ser necessárias.
>>
>>
>> cmps,
>>
>>
>> Ricardo Reis
>>
>>
>> 'Non Serviam'
>>
>>
>> PhD candidate @ Lasef
>>
>> Computational Fluid Dynamics, High Performance Computing, Turbulence
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>> http://www.lasef.ist.utl.pt
>>
>>
>> Cultural Instigator @ Rádio Zero
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