[ARENA] Tão estúpidos que eles são!!!!

joão BAETA joaobaeta gmail.com
Quinta-Feira, 23 de Dezembro de 2010 - 15:12:43 WET


Nada melhor do que a parábola dos cegos de Bruguel, para comentar esta
discussão,
http://www.ricci-art.net/img001/515.jpg
Talvez alguém nesta demência atroz, transforme esta viagem, numa caricatura,
em produto turístico,  em evento ou iniciativa das indústrias criativas!

A arte desde que o momento em homem se ergueu e pode locomover na vertical,
antes de utilizar a  matéria,  a arte fez-se da matéria mais elementar, o
pensamento.
Parece no entanto uma maioria crescente, que hoje é algo dispensável.
 Perde-se tempo útil, pensam, com a supérflua cultura.

É a perspectiva economizante, a falar, a ignorar que a cultura é a nossa
inscrição no nosso tempo, nossa história, se faz do presente. Se faz no
decorrer do trabalho.
A autoridade regularmente está associado ao poder, que por sua vez
habitualmente vive no centro da plena ignorância. O poder é cego.


Podemos intervir nas decisões politicas, através das estruturas que nos
representam. Mas hoje apenas uma minoria efectivamente o faz. A maioria
delegou a sua vontade a uma minoria, não votando, votando em branco,
criticando apenas nestes corredores ( a net) em vez de agir. Qual seria a
razão do Velho do Restelo?

Já ninguém quer partir deliciosamente a loiça.
Caminha-se em cima de ovos... Quer a maioria dar-se bem com Deus e o
Diabo...
Vive-se na mediocridade. Elogia-se o imbecil.

É irregular um ministério da cultura decidir o que é arte, mas um ministério
da economia? Ter o poder legislativo ou judicial a fazê-lo, é pura e
simplesmente perverter e eliminar da nossa memória todos os conceitos
estéticos, de  Kant a Foucault.
Ou perder a identidade e liberdade dos estados soberanos.
A comissão europeia, funciona hoje como como
uma administração de condomínio, onde o vizinho mais rico e com mais olho, é
o administrador. Decide a vida de todos e intromete-se no modo como cada um
gere o seu rendimento, ou como pode se expressar...
No entanto apesar dessa invasão da sua individualidade, todos são subjugados
por suas regras, sentem-se incapazes de responder ou arranjar uma solução
melhor.



joão Baeta





No dia 23 de Dezembro de 2010 11:04, susana mendes silva <
susana.mendes.silva  gmail.com> escreveu:

> O problema central é uma questão de *autoridade*.
> Quem é que pode decidir ou não o que é um objecto artístico. E esta decisão
> anula a "autoridade"  em primeiro lugar dos artistas e depois da comunidade
> artística em geral.
> A operação "gadanhiana" - a obra de arte volta a ser apenas o material
> quotidiano com que é construída e é isso que se declara - propõe subverter a
> decisão do tribunal. O problema é que o objecto em causa - que já não é um
> objecto artístico segundo a UE - continua a ter o mesmo valor de transacção
> e de seguro. E é o valor enquanto obra de arte que vai ser ser taxado.
> Há aqui, parece-me, uma total incoerência: formal e legal.
>
> para aqueles que ainda não leram o artigo do guardian que o fernando
> refere, aqui vai:
> http://www.guardian.co.uk/artanddesign/2010/dec/20/art-dan-flavin-light-eu
>
>
>   susana mendes silva
> www.susanamendessilva.com
> susana.mendes.silva  gmail.com
> skype: susana_mendes_silva
> +351 917218012
>
>
>
>
>
>
>
>
> On 22 Dec 2010, at 22:15, miguel leal wrote:
>
>
>
> A pior coisa que se pode fazer numa discussão deste tipo é confundir a
> parte com o todo... No resto só me posso rir (e chorar) com a estupidez de
> tudo isto. Razão tem é o Pedro Gadanho :-)
>
> And believe me, worst days will come...
>
> abs
>
> ml
>
>
>
> On 22Dec2010, at 5:21 PM, rroque  renatoroque.com wrote:
>
> Assustar não assusta, mas se pensarmos nos muitos milhões envolvidos
> nalguma dessa arte é muito forçado falar  de "áreas de actividade mais
> frágeis ou que precisam de ser indirectamente apoiadas". Isto
> independentemente da estupidez economicista.
>
>
> Abç
>
>
> Renato Roque
>
>
> Renato Roque
>
>
> On 12/22/2010 12:52 PM, Dinis Santos wrote:
>
> Considerar uma obra do dan flavin ou outra obra de um desses sonantes
> "áreas de actividade mais frágeis ou que precisam de ser indirectamente
> apoiadas" assusta-me. Preferia que a aquisição de uma dessas obras fosse
> fortemente taxada e que parte desse imposto servisse para apoiar as tais
> referidas áreas.
>
>
> "Better days will come" ;)
>
>
> 2010/12/22 miguel leal <ml  virose.pt>
>
> Caro Ricardo,
>
>
> As taxas de IVA têm pouco a ver com uma definição prévia daquilo que é mais
> ou menos essencial para a nossa sobrevivência, até porque se o argumento
> fosse esse ficávamos como o Thoreau no  meio do bosque: o amor, uma cabana e
> uma cana de pesca. As taxas fiscais ditas *reduzidas* servem tanto para não
> onerar bens considerados essenciais como para proteger áreas de actividade
> mais frágeis ou que precisam de ser indirectamente apoiadas. Estas decisões
> são sempre políticas e permitem-nos avaliar, como faz notar o título da
> mensagem que deu origem a esta discussão, o grau de estupidez dos nossos
> governantes.
>
> A esse propósito, lembro-me sempre da infeliz frase de um político
> português que disse, glosando Joseph Goebbles e a famosa tirada do produtor
> cínico em 'Le Mépris' de J. L. Godard: 'Sempre que ouço a palavra cultura
> puxo do livro de cheques'...
>
>
>
> 'Worst days will come'
>
>
>
> abs
>
>
>
> ml
>
>
>
>
>
>
>
>
>
>
> On 22Dec2010, at 8:48 AM, Ricardo Reis wrote:
>
>
> On Wed, 22 Dec 2010, xana.tv wrote:
>
>
> A Arte é taxada a 5% na Comunidade Europeia ( IVA) porque é um bem cultural
>
> que precisa de ser protegido (como os livros), porque é essencial !... para
>
> nos mantermos seres racionais !!!
>
>
> Será que Ricardo Reis quer que os artistas não sejam profissionais... ou
>
> será que há na sua argumentação o preconceito  que arte não é CONHECIMENTO
> ?
>
> Como os outros criadores de saber os artistas produzem CONHECIMENTO que
> numa
>
> sociedade capitalista tem valor no mercado. E esse produto precisa de ser
>
> protegido e ser acessível à população em geral (por isso tem uma taxa mais
>
> baixa)  ... repito: porque é essencial para a nossa sobrevivência como
> seres
>
> racionais/criativos.
>
>
> A questão não é se a arte é necessária para "nos mantermos seres racionais"
> (algo aberto a discussão. O exercício da criatividade e manipulação de
> conceitos sim, isso convence-me.).
>
>
> E também não disse que a arte não é conhecimento. De facto existe um nível
> a partir do qual, para fruir da obra de arte, é preciso um grande lastro
> cutural e de conhecimento prévio, assim como a possesão de ferramentas de
> manipulação de conceitos algo sofisticadas. Idem para a sua criação, o mais
> das vezes não cria quem quer, mas sim quem pode.
>
>
> Dito isto... eu sei que esta lista acolhe artistas e muitos destes vivem
> devido à arte que fazem. Tal, por si só, cria um viés na abordagem ao
> problema.
>
>
> O que eu de facto disse é que existe arte suficiente no mundo para não
> requerer os tais 5%. E também vos digo (provem-me o contrário) que
> independentemente de 5,10,20 ou 50% haverá sempre quem crie e alimente a
> sociedade de arte. E também digo que colocar a arte no patamar da comida que
> tem de se pôr no prato, a nível de importância, é uma decisão de quem está
> para além das primeiras necessidades. Como eu disse, sem comer nem beber
> morre-se, é binário. Sem adquirir obras de arte continua-se a viver e,
> estranhamente, até se vive bem porque, como disse, há muita arte por aí.
> Vê-se que o exercício da criatividade humana é algo quasi-imparável.
>
>
> Consigo aceitar os tais 5% com outro tipos de justificação. Não porque a
> "arte" é um bem essencial (e depois, quem decide o que é "arte"? os senhores
> da alfândega?) mas sim porque a produção de obras de arte cada vez mais
> complexas, que de facto exigem um trabalho prévio árduo de manipulação de
> conhecimento, precisa de ser protegido certa forma ao não encontrar um
> ambiente a isso conducente no mundo exterior. No fundo, se não há uma falta
> genéria de "arte" haverá sim uma produção mais escassa de obras mais
> complexas que de facto são desejadas. Mas repare-se também que para usufruir
> dessas obras se exige, a maior parte das vezes, ao público uma cultura e
> conhecimentos prévios que não estão ao alcance de todos, mercê da sua
> experiẽncia de vida, percurso socio-económico. E portanto, desse lado, pode
> ser questionável a atribuição desse previlégio.
>
>
> Quase toda a gente pode apreciar um bife, masnem todos entendem ou se
> elevam com uma obra de arte contemporânea. Wonder why?
>
>
> Daí a minha asserção, 5% para as ferramentas (aquelas que possibilitam ao
> espírito elevar-se com a arte) e o normal para as obras de arte em si.
> Porque, veja-se também, se a minha capacidade de apreender e apreciar
> aumenta, o valor que eu dou às obras de arte também aumenta e as
> "facilidades" dos tais 5% diluem-se e deixam de ser necessárias.
>
>
> cmps,
>
>
> Ricardo Reis
>
>
> 'Non Serviam'
>
>
> PhD candidate @ Lasef
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> Computational Fluid Dynamics, High Performance Computing, Turbulence
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