[ARENA] Tão estúpidos que eles são!!!!

Manuela São Simão manuelasaosimao gmail.com
Quinta-Feira, 23 de Dezembro de 2010 - 14:09:00 WET


NOTA: resposta escrita ontem de madrugada e enviada agora, a propósito da 1ª
resposta do Ricardo.

Ricardo, pelo que conheço de ti e por mais que queira compreender o teu
ponto de vista "prático" e "funcional" (além de criativo) sou obrigada a
discordar...

Nesse caso é tão "essencial à vida" um engenheiro como um artista.
São ambos "inúteis" comparados com um médico ou, por exemplo, um padeiro, na
medida em que estes últimos exercem actividades que colmatam necessidades
básicas do homem como contribuir para curar doenças e para matar a
fome...tal como o agricultor que produz o trigo ou o professor que ensinou o
médico...e por aí adiante?!...ora para mim a "arte" (mantendo as aspas...)
surge numa/nesta cadeia infinita e de forma inevitável, tornando-se parte
fundamental e espontânea de uma necessidade que, não sendo básica, é
importante para que a vida seja melhor e com (mais) qualidade. A "arte" não
serve para embelezar...A "arte" ajuda a questionar, é também uma ferramenta
para pensar o mundo e por em causa aquilo que nos é dado como certo -
algumas possíveis definições abordadas na "escola".

E repara que a "arte" surge na história há muito tempo atrás,
instintivamente, com as primeiras pinturas rupestres no Paleolítico superior
devido a cultos e crenças como o xamanismo, esses sim, motivados por
necessidades básicas do homem como
caça/alimentação/sobrevivência/fertilidade.

O que seria do homem sem arte? Esqueço as aspas. Por mais que queira não
consigo imaginar a vida sem arte. Para mim é uma necessidade e foi aquilo
que escolhi para fazer, por muitos absurdos que veja à minha frente com os
quais discorde. Para se dizer que a arte é inútil ou "pouco necessária à
vida" ter-se-ía que dizer que tantas outras coisas o são e contextualizá-lo
devidamente.
Para começar, poderias reparar que somos demasiados no mundo a preocupar-nos
a *full-time* com a questão arte e a prática artística para que esta seja
"apenas" um *hobbie* "pouco necessário".

Já nem se trata de percentagens...esta questão tornou-se para mim noutra
questão de valores.
Gostava que compreendesses este ponto de vista! :)
Beijos e até breve!*

Manuela


2010/12/22 Ricardo Reis <rreis  aero.ist.utl.pt>

> On Tue, 21 Dec 2010, michelle domingos wrote:
>
>  é tão essencial que se realiza a sua noção e importância fundamentais no
>> espaço público...
>>
>
> Não conheço nenhuma carência de "arte" ao longo da história. Sei que se me
> tirarem a comida do prato e de beber morrerei certamente. E sei também o
> quão dificil é elevar o espírito de estomago vazio ou com o corpo quebrado
> de cansaço (é possível, é certo, mas nunca vi isso custar um cêntimo
> também).
>
> A "arte" é importante sim mas não é "essencial". Ou pelo menos a arte pela
> qual tenha de se pagar (porque há sempre arte gratuita suficiente para viver
> e elevar o espírito. Afinal, não é aquele que olha/ouvê/sente quem coloca a
> moldura e define o contexto? Então para ter "arte" basta estudar e
> aprofundar o conhecimento. 5% para as ferramentas, não para os objectos!)
>
> cmps,
>
>  Ricardo Reis
>
>  'Non Serviam'
>
>  PhD candidate @ Lasef
>  Computational Fluid Dynamics, High Performance Computing, Turbulence
>  http://www.lasef.ist.utl.pt
>
>  Cultural Instigator @ Rádio Zero
>  http://www.radiozero.pt
>
>  http://www.flickr.com/photos/rreis/
>
>  contacts:  gtalk: kyriusan  gmail.com  skype: kyriusan
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